Dor de garganta: causas, sintomas e tratamento

Dr. Pedro Pinheiro

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Faringite

Tempo de leitura estimado do artigo: 7 minutos

O que é dor de garganta?

A nossa garganta dói sempre que se encontra inflamada, situação que ocorre com bastante frequência, tanto em adultos quanto em crianças.

A inflamação da garganta surge, geralmente, devido a um quadro de faringite e/ou amigdalite, ou seja, inflamações da faringe ou da amígdala, respectivamente.

Existem várias causas para a dor de garganta, sendo mais de metade dos casos de origem viral, geralmente provocados por quadros de gripe, resfriados ou mononucleose.

Nesse artigo falaremos de forma geral sobre as faringites de origem infecciosa (viral e bacteriana) e não infecciosa, abordando seus sintomas, complicações e tratamento.

Se você procura informações específicas sobre a faringite bacteriana (faringite estreptocócica), acesse o seguinte artigo: Faringite Estreptocócica – Sintomas, Diagnóstico e Tratamento.

O que são a faringite e a amigdalite?

Faringite é o nome dado à inflamação da faringe; já amigdalite é a inflamação das amígdalas. Ambas apresentam como principal sintoma a dor de garganta. Como estão anatomicamente próximas, é muito comum a faringe e as amígdalas inflamarem simultaneamente, um quadro chamado de faringoamigdalite.

Apesar de inflamarem juntas, algumas pessoas têm predominantemente amigdalite, enquanto outras têm faringite. Ao longo do texto alternarei os termos faringite e amigdalite, mas o que vale para uma também serve para a outra.

Dor de garganta - Anatomia da orofaringe
Estruturas da garganta

A faringoamigdalite pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. A maioria dos casos é de origem viral. Vários tipos de vírus podem levar à faringite e/ou amigdalite. A gripe é um exemplo comum de dor de garganta de origem viral.

As faringites virais são processos benignos que se resolvem espontaneamente, ao contrário das faringites ou amigdalites bacterianas, que podem levar a complicações, como abscessos e febre reumática. A dor de garganta causada por bactérias deve ser preferencialmente tratada com antibióticos (explico o porquê adiante).

Tanto a faringite bacteriana quanto a viral podem ser transmitidas para outras pessoas. Em geral, as dores de garganta provocadas por viroses são altamente contagiosas, enquanto as provocadas por bactérias só são transmitidas para pessoas com contato próximo e prolongado, como familiares ou amigos muito próximos.

Causas

Apesar deste artigo ser focado nas faringites de origem viral e bacteriana, vale a pena citarmos rapidamente as principais causas de dor de garganta, dado que nem todas são de origem infecciosa.

Dor de garganta de origem não infecciosa

As dores de garganta não infecciosas representam cerca de 30% dos casos. As causas mais comuns são:

  • Alergias.
  • Refluxo gastroesofágico.
  • Irritação da garganta provocada por fumaça de cigarro ou álcool.
  • Dor na garganta por ressecamento da mucosa em pessoas que dormem de boca aberta.
  • Frio e baixa umidade do ar.
  • Uso excessivo da voz.
  • Tumores da laringe ou orofaringe (causa rara de dor de garganta).
  • Doenças autoimunes, como a doença de Kawasaki ou a síndrome de Behçet.

Dor de garganta de origem viral

As dores de garganta de origem viral representam cerca de 50% dos casos. As causas mais comuns são:

Dor de garganta de origem bacteriana – cerca de 20% dos casos

  • Estreptococos do grupo A (causa bacteriana mais comum).
  • Estreptococos do grupo C.
  • Estreptococos do grupo G.
  • Mycoplasma pneumoniae.
  • Chlamydia pneumoniae.
  • Corynebacterium diphtheriae (bactéria que causa a difteria).
  • Francisella tularensis (bactéria que causa a tularemia).
  • Neisseria gonorrhoeae (bactéria que causa a gonorreia).
  • Treponema pallidum (bactéria que causa a sífilis).

Como distinguir uma dor de garganta de origem viral, bacteriana ou não infecciosa?

Quando o paciente se apresenta com a garganta inflamada, dois pontos precisam ser avaliados: as características da inflamação e a existência ou não de sintomas associados.

As faringites de origem não infecciosa costumam ser fáceis de serem distinguidas, pois não provocam pus na garganta ou nas amígdalas e não costumam estar acompanhadas de outros sintomas, tais como febre, queda do estado geral, perda do apetite, etc.

A única exceção é a dor de garganta de origem alérgica, que pode estar associada a outros sintomas alérgicos, como conjuntivite, rinite e espirros.

Já as faringoamigdalites de origem infecciosa (viral ou bacteriana) frequentemente provocam febre, queda do estado geral, perda de apetite, apatia, dor no corpo e outros sintomas típicos de uma infecção.

O modo mais correto de distinguir uma faringite viral de uma faringite bacteriana é através da coleta de material da garganta por swab ou zaragatoa, uma vareta com algodão na ponta usada para colher material da região faríngea inflamada para posterior avaliação laboratorial. A análise do material colhido pelo swab consegue identificar o agente infeccioso, seja ele uma bactéria ou um vírus.

Apesar da ajuda do swab, há um problema de ordem prática: a identificação do agente infeccioso demora pelo menos 48 a 72 horas. Por isso, muitas vezes, os médicos optam por iniciar o tratamento baseado em achados clínicos. Até já existem testes laboratoriais mais rápidos para se identificar bactérias, mas nem sempre há facilidade para colher e enviar o material para análise.

Com o surgimento da pandemia de COVID-19, a coleta de material nasofaríngeo tornou-se mais comum, mas, na maioria dos casos, a investigação é realizada apenas com PCR para SARS-COV-2, vírus causador da COVID-19.

Outro exame que pode ser feito, neste caso para saber se o paciente teve contato recente com a bactéria Streptococcus, causa frequentemente dor de garganta, é a dosagem do anticorpo antiestreptolisina O, conhecido também pela sigla ASLO.

Os valores do ASLO começam a se elevar cerca de uma a duas semanas depois do início da faringite/amigdalite e atinge seu valor máximo ao redor da 5ª semana. A dosagem do ASLO nos primeiros dias de infecção só é útil se for para ser comparada com uma nova dosagem semanas depois. Se no início da doença o paciente tinha níveis de ASLO baixos e semanas depois o anticorpo está bem elevado, podemos afirmar que houve uma infecção pela bactéria Streptococcus. 

Portanto, o exame acaba servindo mais para saber retrospectivamente se o paciente teve ou não uma faringite por Streptococcus, já que o seu resultado só se torna positivo vários dias depois da faringite ter se curado.

Como nem sempre temos à mão exames complementares que nos ajudam a identificar o germe causador de uma dor de garganta, é importante sabermos pelo menos distinguir pelos sinais e sintomas uma faringite viral de uma faringite bacteriana.

Sintomas

Os sintomas da amigdalite/faringite, em geral, são:

  • Dor de garganta.
  • Dor para engolir.
  • Febre.
  • Dores pelo corpo.
  • Dor de cabeça.
  • Prostração.

Todos os sintomas citados acima são comuns tanto em infecções virais quanto bacterianas. São necessários, portanto, outros elementos para distinguir uma da outra.

Sinais e sintomas da faringite viral

Normalmente, as faringites virais vêm acompanhadas de outros sinais de infecção das vias respiratórias, como tosse, espirros, constipação nasal, conjuntivite, rouquidão, inapetência ou dores pelo corpo.

Não é comum uma faringite viral atacar somente a garganta. O paciente habitualmente tem um quadro com mais sintomas, que sugerem uma gripe ou resfriado. Outra dica é que na faringite viral, apesar da garganta ficar muito inflamada, não é comum haver pus.

Faringite viral
Faringite viral – inflação da faringe

Alguns pacientes com faringite viral podem ter múltiplas úlceras faríngeas, como na imagem abaixo de um paciente com faringite COVID-19. Faringite por Coxsackievirus é outra causa comum de úlceras no palato ou faringe.

Faringite por SARS-COV-2 com múltiplas úlceras faríngeas
Faringite por SARS-COV-2 com múltiplas úlceras faríngeas

Alguns pacientes com alergia podem ter um quadro parecido com faringite viral, com rinossinusite, espirros, dor de cabeça e mal-estar geral. A garganta pode ficar inflamada, mas o paciente não desenvolve febre.

Sinais e sintomas da faringite bacteriana

As amigdalites causadas por bactérias, além de não apresentarem os sintomas virais típicos, como espirros e congestão nasal, costumam causar pontos de pus nas amígdalas e aumento dos linfonodos (gânglios) do pescoço.

Amigdalite bacteriana com pus nas amígdalas
Amigdalite bacteriana com pus nas amígdalas

A faringite bacteriana também pode causar edema da úvula e pontos hemorrágicos no palato (vários pontos vermelhos, chamados petéquias, no céu da boca).

Petéquias no palato - provável faringite bacteriana
Petéquias no palato – provável faringite bacteriana

A febre da infecção bacteriana costuma ser mais alta que na viral, mas isso não é uma regra, já que há casos de gripe com febre bem alta.

A presença de pus e gânglios aumentados na região do pescoço fala fortemente a favor de uma faringite bacteriana. Entretanto, algumas infecções virais, como a mononucleose infecciosa também podem cursar com esses achados.

A mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr e costuma se apresentar com febre, amigdalite purulenta e aumento de linfonodos na região posterior do pescoço (ao contrário da amigdalite bacteriana, que apresenta aumento dos linfonodos da região anterior do pescoço).

Amigdalite caseosa

Em pacientes com infecções de garganta de repetição podem se formar criptas (pequenos buracos) nas amígdalas. Estas criptas acumulam cáseo (ou caseum), uma substância branca ou amarelada, parecida com pus, que é na verdade restos celulares de processos inflamatórios antigos.

Cáseo e criptas nas amígdalas
Cáseo e criptas nas amígdalas

O cáseo pode causar mau hálito em pessoas com amigdalite/faringite crônica.

Para ver mais fotos de faringoamigdalites virais e bacterianas, acesse: Fotos de Amigdalite e Faringite.

Complicações

As faringoamigdalites virais costumam melhorar espontaneamente após poucos dias, não provocando nenhum tipo de problema maior. Por outro lado, as faringoamigdalites bacterianas podem causar diversas complicações se não tratadas adequadamente com antibióticos. Entre elas podemos citar:

  • Febre reumática, que ocorre principalmente em jovens e crianças.
  • Escarlatina, que é uma doença causada pela bactéria Streptococcus.
  • Glomerulonefrite pós-estreptocócica, uma lesão dos rins causada pela mesma bactéria Streptococcus. Costuma cursar com hipertensão, presença de sangue na urina e insuficiência renal aguda.
  • Existe um tipo de psoríase, chamada psoríase gutata, que está relacionada a faringites pelo Streptococcus. São lesões de pele que surgem sempre que há uma infecção de garganta, desaparecendo após a sua cura.

Durante a investigação destas complicações, a dosagem do ASLO é bem útil, pois, nos casos duvidosos, ela pode ajudar a mostrar que o paciente teve uma infecção bacteriana por Streptococcus nos últimos 2-3 meses.

Tratamento

Para evitar as complicações das amigdalites bacterianas descritas acima, o tratamento deve ser sempre feito com antibióticos. Na maioria dos casos, em 48 horas já há uma grande melhora dos sintomas. A pesquisa do germe na garganta com swab deve ser feita sempre que possível.

O tratamento com antibióticos derivados da penicilina, como amoxacilina (ou amoxacilina + ácido clavulânico), deve ser feito por 10 dias.

Nos pacientes alérgicos à penicilina, uma opção é Azitromicina por 5 dias.

Naqueles pacientes com intenso edema da faringe, que não conseguem engolir comprimidos, ou naqueles que não desejam ficar tomando remédio por vários dias, uma opção é a injeção intramuscular de penicilina Benzatina, o famoso Benzetacil, administrado em dose única.

Se os sintomas da faringite bacteriana forem muito fortes, enquanto se espera o efeito dos antibióticos, pode-se usar anti-inflamatórios para aliviar a inflamação da garganta. Mas atenção, os anti-inflamatórios são apenas sintomáticos, eles não tratam a infecção bacteriana.

A faringites virais normalmente duram apenas quatro ou cinco dias e se curam sozinhas. Não é preciso, nem é indicado, o uso de antibióticos. Se os sintomas forem muito incômodos, pode-se usar anti-inflamatórios por dois ou três dias. De resto, bastam repouso e boa hidratação.

Tratamentos naturais para a dor de garganta:

  • Mel: há alguns poucos estudos que sugerem que o mel pode realmente ser benéfico para aliviar a dor de garganta, principalmente nos quadros mais leves.
  • Própolis: apresenta efeito anti-inflamatório pequeno. Funciona muito menos que qualquer anti-inflamatório comum.
  • Papaína: Além de não melhorar, em grandes quantidades pode piorar a inflamação.
  • Não há trabalhos que provem a eficácia da homeopatia ou da fitoterapia no tratamento das faringites. O tempo de doença e a incidência de complicações são iguais aos do tratamento com placebo.

Quem quiser alívio sintomático sem tomar muitos remédios, o ideal é realizar vários gargarejos diários com água morna e uma pitada de sal.

Para saber mais detalhes sobre o tratamento sintomático da dor de garganta, acesse o seguinte link: Tratamento da faringite (dor de garganta).

Amigdalectomia

A retirada das amígdalas (amigdalectomia) é uma opção nas crianças que apresentam mais de seis episódios de faringite estreptocócica por ano.

Já nos adultos, como a incidência das complicações é muito menor, a indicação de amigdalectomia é mais controversa, pois existe a possibilidade de não haver melhora das infecções recorrentes, fazendo apenas com que o paciente deixe de ter crises de amigdalites e passe a ter crises de faringites, o que no final dá no mesmo.

A amigdalectomia também pode ser feita nos casos de amígdalas muito grandes, que atrapalham a respiração e causam roncos à noite, mau hálito intratável ou quando há abscesso nas amígdalas.

Dúvidas mais comuns

Qual é o melhor remédio para dor na garganta?

Depende. Se estivermos falando de sintomas, os anti-inflamatórios são bastante efetivos. Mas estes apenas melhoram a inflamação, não agindo diretamente sobre a causa. Se a pergunta se refere a cura, então, não existe uma resposta única. Dor de garganta pode ter várias causas diferentes, sendo que cada uma possui um tratamento específico. Se for de origem bacteriana, antibióticos precisam ser usados.

Quais são as principais causas de dor de garganta?

Infecções bacterianas, principalmente do grupo estreptococos; infecções virais, como mononucleose, influenza (vírus da gripe), HIV e enterovírus; irritações da mucosa da faringe de origem não infecciosa, doenças autoimunes, como doença de Kawasaki ou síndrome de Behçet, entre outros.

Toda dor de garganta precisa ser tratada com antibióticos?

Não, somente aquelas causadas por bactérias.

Faringite e amigdalite são a mesma coisa?

Não. Faringite é inflamação da faringe; amigdalite é inflamação das amígdalas. Como ambas estão anatomicamente próximas e são susceptíveis às mesmas causas inflamatórias, é comum inflamarem juntas, em um quadro chamado de faringoamigdalite. O tratamento é o mesmo, mas faringite e amigdalite não são exatamente a mesma coisa.

Não tratar corretamente uma faringite, esperando que ela melhore sozinha, pode causar alguma complicação?

Sim, se for uma infecção de origem bacteriana. Faringites bacterianas devem sempre ser tratadas com antibióticos.

Quais são as complicações mais comuns de uma faringite/amigdalite bacteriana não tratada?

Escarlatina, febre reumática, glomerulonefrite pós-estreptocócica e abcessos de garganta.

Por que algumas pessoas tomam injeção de Benzetacil para infecções de garganta?

Para prevenir a febre reumática. Esse tratamento é especialmente indicado para crianças e pessoas que não costumam aderir a tratamentos mais longos, pois consiste em uma dose única de antibiótico.

Pode-se substituir o Benzetacil por antibióticos orais?

Sim, porém, o tratamento por via oral pode demorar até 10 dias, dependendo do antibiótico. Como a melhora clínica costuma vir em 48 a 72 horas, muitos pacientes abandonam o tratamento antes do fim, favorecendo a ocorrência de bactérias resistentes e correndo o risco de desenvolverem febre reumática.
O benzetacil é feito em dose única e permanece agindo no corpo por vários dias, garantindo, assim, o tratamento completo.

Se eu retirar as amígdalas, vou ficar livre das dores de garganta para sempre?

Não necessariamente. Muitas pessoas que operam as amígdalas deixam de ter amigdalites e passam a ter crises de faringites. A infecção só muda de local. Atualmente, a retirada das amígdalas é indicada apenas em crianças e, mesmo assim, em casos selecionados.

Mel com própolis ajuda a curar dor na garganta?

A clássica receita popular não apresenta suporte científico robusto. Alguns estudos sugerem a eficácia do mel nos casos mais leves e de origem viral, porém, é difícil dizer se ele é realmente eficaz ou é só um placebo.

Beber líquidos gelados ou comer sorvete pode piorar minha dor na garganta?

Não, mas algumas pessoas obtêm alívio sintomático com alimentos quentes. Alguns pacientes não toleram alimentos gelados durante as crises, mas isso é individual. Há também casos de pessoas que fazem inflamação não infecciosa da garganta quando consomem líquidos gelados.

É normal aparecerem gânglios no pescoço durante uma crise de faringite/amigdalite?

Sim, perfeitamente normal e esperado.

A dor de garganta é transmissível?

Sim, principalmente as de origem viral. Nos casos das amigdalites bacterianas, sugerimos evitar contato por até 24 horas após o início do tratamento com antibióticos, período a partir do qual o risco de transmissão começa a cair bastante.

Como diminuir o risco de transmissão da dor de garganta?

Lavar as mãos com frequência é o melhor meio de evitar a transmissão de vírus e bactérias. Evite, também, contato próximo com pessoas doentes, principalmente nos primeiros dias. Se o contato for inevitável, use máscaras.

É preciso fazer algum exame complementar antes de se fechar o diagnóstico de faringite bacteriana e iniciar o tratamento com antibióticos?

Não, o diagnóstico pode ser feito clinicamente e não requer outros exames. Testes laboratoriais podem ser solicitados em casos especias, como em amigdalites de repetição. Mas o médico pode começar o tratamento sem nenhum exame complementar.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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