Prevenção do câncer: 8 dicas e 4 exames importantes

A prevenção do câncer envolve hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de realizar exames regulares para detecção precoce.
Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro & Dra. Renata Campos

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Prevenção do câncer

Tempo de leitura estimado do artigo: 9 minutos

Introdução

Anualmente, cerca de 14 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer em todo mundo. Apesar das taxas de sobrevivência estarem aumentando de forma constante, ainda temos 8 milhões de mortes todos os anos pela doença.

Esse número se torna ainda mais chocante se considerarmos que até 50% dos cânceres podem ser prevenidos mediante cuidados simples e algumas mudanças de hábitos de vida.

Pelo menos um terço das mortes por câncer são provocados por fatores que podem ser controlados, tais como:

  • Tabagismo.
  • Exposição solar excessiva.
  • Excesso de peso.
  • Sedentarismo.
  • Sexo sem proteção.
  • Poluição do ar urbano.
  • Exposição a combustão de combustíveis sólidos, principalmente madeira e carvão.
  • Consumo excessivo de álcool.
  • Dieta rica em carnes vermelhas e gorduras.

Muitos casos de câncer têm origem genética ou são causados por infecções que não podemos controlar. Há ainda vários tipos de cânceres cuja causa é desconhecida. Todavia, já existe conhecimento científico suficiente para se evitar os milhões de cânceres provocados por fatores conhecidos e facilmente evitáveis.

Neste texto daremos 8 dicas simples que ajudam na prevenção do câncer.

Neste texto deixaremos de fora a relação entre a alimentação e o câncer, que já foi abordada especificamente no artigo: Alimentois e câncer.

Se você quiser ler sobre a relação entre o consumo de carnes vermelhas e o câncer, acesse o seguinte link: Carne vermelhe causa câncer?

Para reduzir o risco de desenvolver um câncer, siga as seguintes dicas:

Não fumar

O cigarro é a causa mais evitável de câncer, sendo responsável por 20 a 30% das mortes por câncer em todo o mundo. O fumo aumenta o risco de câncer de pulmão em até 30 vezes (leia: Câncer de pulmão | Cigarro e outros fatores de risco).

Como se isso não bastasse, o cigarro está associado a vários outros tumores malignos, como leucemia, cânceres da cavidade oral, cavidade nasal, seios paranasais, nasofaringe, laringe, esôfago, pâncreas, fígado, estômago, colo do útero, rim, intestino grosso e bexiga.

Um simples cigarro contém mais de 4000 substâncias químicas, pelo menos 400 delas tóxicas e 50 reconhecidamente carcinogênicas (que podem provocar câncer).

O cigarro é uma substância tão maléfica que tornou o câncer de pulmão, que era raro no início do século XX, em uma das principais causas de morte do mundo moderno. Felizmente, as campanhas antitabagistas dos últimos anos têm sido eficazes na redução do número de fumantes, o que, pela primeira vez em décadas, tem causado uma queda nos casos de câncer de pulmão.

Os perigos do fumo são mais comumente associados ao cigarro, mas também podem ocorrer com o charuto, cachimbo, cigarrilha e a maconha. O fumo passivo também está associado a uma maior incidência de cânceres.

Quando o assunto é risco de câncer, não existe “cigarro light” ou “cigarro menos nocivo”. Todos provocam câncer. Do mesmo modo, não existe uma quantidade segura de fumo. Obviamente, quanto maior o consumo de cigarro maior é a exposição a químicos nocivos e cancerígenos. Porém, mesmo o fumo de 2 ou 3 cigarros apenas nos fins de semana já é suficiente para aumentar o risco do surgimento de cânceres. É ilusão achar que aquele sujeito que só fuma quando sai à noite para beber não correr riscos.

Não fumar é atualmente a principal medida para a prevenção do câncer. Mesmos os indivíduos que fumaram durante muitos anos se beneficiam da interrupção do tabagismo.

Para mais informações sobre os malefícios do cigarro, leia: Doenças do cigarro | Como parar de fumar.

Evite exposição solar em excesso

O câncer de pele é o tumor maligno mais comum na espécie humana. Mais de 1 milhão de novos caso surgem anualmente em todo mundo. No Brasil, o câncer de pele representa cerca de 25% de todos os cânceres.

Existem basicamente três tipos de câncer de pele:

A radiação ultravioleta (principalmente os raios UVB) originada do sol é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele. Além dos raios solares, esta radiação também é encontrada nas cabines de bronzeamento artificial.

O risco de câncer de pele é diretamente proporcional à quantidade de radiação solar que o indivíduo recebeu durante sua vida.

O carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular estão associados à exposição solar frequente. O seu aparecimento é resultado do efeito cumulativo dos raios ultravioletas na pele. Eles surgem em pessoas que pegam sol frequentemente, durante anos seguidos.

Já o melanoma, que é o câncer de pele mais agressivo, está relacionado a exposições pontuais, porém intensas, ao sol. O melanoma surge naquelas pessoas de pele mais clara que de tempos em tempos se expõem demasiadamente ao sol, ficando com a pele muito ardida e avermelhada.

Todos os indivíduos devem limitar o tempo exposto ao sol, especialmente entre os períodos de 10 horas a 16 horas. Sempre use filtro solar com fator de proteção maior que 30 (FPS 30) se tiver a pele morena ou acima de 50 (FPS 50) se tiver uma pele mais clara. Mesmo com protetor, não se exponha por muito tempo ao sol e use chapéus, óculos de sol e proteja-se com guarda-sol.

O comportamento de risco para o câncer de pele inicia-se na infância e, como o risco é cumulativo, é importante educar os filhos desde cedo quanto aos riscos do excesso de sol.

Evite bronzeamentos artificiais, pois eles são tão ou mais perigosos que a exposição solar prolongada.

Controle o seu peso

O excesso de peso e a obesidade estão associados a um aumento do risco de vários tipos de câncer, incluindo mama, cólon, útero, rins, esôfago, pâncreas, tireoide, linfoma, leucemia, mieloma e próstata. A obesidade tem sido estimada como a principal causa de 1 a cada 5 novos casos de câncer detectados.

Não só a obesidade, mas o ganho de peso também está associado com o risco de câncer. Homens que ganharam mais de 20 kg após os 20 anos apresentam um risco 60% maior de câncer colorretal do que os homens que ganharam menos de 5 kg no mesmo período.

O período da vida em que ocorre o ganho de peso também pode afetar o risco de câncer. Estar acima do peso durante a infância, adolescência e início da vida adulta traz mais riscos do que desenvolver sobrepeso tardiamente.

Pacientes obesos que conseguem emagrecer reduzem o risco de desenvolver vários tipos de câncer, entre eles próstata, ovário, cólon e mama. Pacientes com obesidade mórbida que se submetem à cirurgia de redução do estômago conseguem reduzir em até 60% o risco de câncer (leia: Obesidade | Definições e consequências).

Nos últimos anos, surgiram novas drogas para perda de peso que têm ganhado destaque, não apenas por auxiliarem no controle da obesidade, mas também por potencialmente contribuírem para a redução do risco de alguns tipos de câncer. Medicamentos como semaglutida e tirzepatida, inicialmente usados no controle do diabetes tipo 2, têm mostrado bons resultados na perda de peso, o que pode ter impactos positivos na saúde geral e na prevenção do câncer. No entanto, é essencial que esses medicamentos sejam usados com indicação e acompanhamento médico, garantindo segurança e eficácia.

Pratique exercícios físicos

O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o excesso de peso, sendo assim, também um importante fator de risco para o surgimento de cânceres. Porém, há indícios de que o sedentarismo por si só também seja responsável por alguns tipos de cânceres, mesmo em pacientes com peso corporal adequado.

Estima-se que estilo de vida sedentário esteja associado a pelo menos 5% das mortes por câncer. Estudos mostram que a atividade física regular está associada a um risco diminuído para cânceres de fígado, cólon, pâncreas, mama e estômago.

A atividade física durante determinados períodos da vida, como adolescência, pode oferecer proteção adicional contra malignidades, principalmente contra o câncer de mama (leia: Câncer de mama | Fatores de risco).

A duração, intensidade e frequência exatas de atividade física que pode proporcionar proteção contra o câncer é desconhecida.

As atuais recomendações para os adultos são de pelo menos 150 minutos semanais de exercícios de moderada intensidade (caminhar rapidamente, andar de bicicleta, trabalhos domésticos e jardinagem, subir ladeiras) ou 75 minutos semanais de intensidade intensa (correr, praticar esportes, nadar, musculação).

Para as crianças, a recomendação é de pelo menos 60 minutos de atividades de intensidade moderada a intensa diariamente.

A atividade física tem efeito duplo na prevenção do câncer, pois combate o sedentarismo e ajuda no controle do peso corporal.

Pratique sexo seguro

Quase 20% de todos os cânceres estão relacionados a infecções, incluindo doenças causadas por bactérias e vírus. Nem todas as infecções que aumentam o risco de câncer são fáceis de se evitar. O exemplo mais comum é a infecção pela bactéria H.pylori, que aumenta o risco de câncer do estômago.

Todavia, as infecções sexualmente transmissíveis são evitáveis através de ações, como reduzir o número de parceiros sexuais e usar preservativos.

Entre as DST que aumentam o risco de câncer estão:

  • HPV: associado ao câncer de colo do útero.
  • Hepatite B: associado ao câncer de fígado.
  • Hepatite C: associado ao câncer de fígado.
  • HIV: associado a vários tipos de câncer.

Já existe vacina contra a hepatite B e contra o HPV, que ajuda a reduzir o risco de câncer do fígado e do colo do útero, respectivamente.

Vacine-se contra o HPV

O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres, perdendo em incidência apenas para o câncer de mama.

Mais de 90% dos tumores do colo do útero são causados pelo vírus HPV, uma infecção transmitida pela via sexual.

O HPV também é responsável por boa parte dos cânceres de faringe, boca, pênis e ânus.

Já existe vacina eficaz contra os subtipos do HPV mais perigosos. Atualmente, o Ministério da Saúde oferece a vacina no calendário de vacinação para meninas na faixa etária de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, mas qualquer indivíduo com menos de 26 anos pode receber a vacina.

A taxa de eficácia da vacina na prevenção do HPV quando tomada antes do início da vida sexual é de 97 a 100%.

Para mais informações, leia: Vacina contra o HPV.

Reduza o consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer. Estima-se que, em todo o mundo, 3,6% dos cânceres estejam associados ao consumo crônico de álcool.

Um estudo com mais de um milhão de mulheres (idade média de 56 anos) constatou que, após 7 anos de seguimento, uma dose de álcool por dia aumentava o risco de câncer de orofaringe, esôfago, laringe, reto, fígado e mama.

O risco geral de câncer aumenta 6% para cada 10 g de álcool consumido por dia (equivalente a uma taça de vinho ou lata de cerveja).

Mesmo o consumo leve de álcool (três doses por semana) está associado a um risco aumentado de câncer de mama, orofaringe e esôfago. Os estudos atuais sugerem que 1 ou 2 doses por semana é o limite da segurança em relação aos cânceres.

Não deixe de amamentar seu bebê

Se você está grávida, não abra mão da amamentação quando o bebê nascer. O aleitamento materno tem sido associado a uma redução significativa no risco de câncer de mama.

O mecanismo pelo qual a amamentação reduz o risco de câncer de mama está provavelmente relacionado a uma menor exposição ao hormônio estrogênio, conhecido por promover o crescimento de células cancerígenas na mama.

Quanto mais a mulher é exposta ao estrogênio ao longo da vida, maior é seu risco de desenvolver câncer de mama. Por exemplo, mulheres que começam a menstruar cedo, que nunca engravidaram ou tem menopausa tardia estão sob maior risco. Por outro lado, mulheres que amamentam por vários meses, que engravidam antes dos 30 anos ou que tem sua menarca somente aos 15 anos apresentam menor risco.

Além da menor exposição ao estrogênio, a amamentação também promove a renovação do tecido mamário. Isso significa que as células mamárias danificadas, que podem potencialmente se tornar cancerígenas, são substituídas por novas células saudáveis. Este processo de “autolimpeza” das mamas pode contribuir para a redução do risco de câncer de mama.

Exames de rastreio do câncer

As 8 medidas explicadas acima fazem parte do que chamamos de prevenção primária do câncer, ou seja, são atitudes voltadas para evitar a exposição aos principais fatores de risco.

Já a prevenção secundária do câncer consiste na realização de exames de rastreio para detecção dos tumores em fase pré-cancerígena ou em fase muito inicial da doença, quando ainda há elevada chance de cura.

Nem todos os tipos de câncer possuem exames de rastreio. Além disso, em alguns tipos de câncer, o exame de rastreio atualmente disponível não parece mudar a taxa de mortalidade e pode gerar resultados falso-positivos e levar a tratamentos desnecessários.

Um bom exemplo é o câncer de próstata. Os estudos atuais mostram que a realização do exame de PSA para todos os homens acima de 55 anos não se mostrou eficaz em reduzir a mortalidade do câncer de próstata e ainda produziu resultados falso-positivos que exigiram exames adicionais, como a biópsia da próstata. A realização de métodos de diagnósticos e tratamentos excessivos levam a aumento da taxa de complicações, como incontinência urinária e disfunção erétil.

A seguir listaremos os 4 tipos de câncer que atualmente apresentam modalidades de rastreio que efetivamente reduzem a mortalidade da doença e são claramente benéficas aos pacientes.

Exames de rastreio para o câncer de mama

As atuais recomendações para o rastreio do câncer de mama são:

  • Mulheres com menos de 40 anos: não é necessário rastreio para a população em geral.
  • Mulheres de 40 a 44 anos: se as pacientes desejarem, podem iniciar o exame anual de câncer de mama com mamografias.
  • Mulheres de 45 a 54 anos: devem fazer mamografias todos os anos.
  • Mulheres com 55 anos ou mais: devem passar a fazer mamografias a cada dois anos ou podem continuar a fazer o exame anualmente.

O rastreamento deve continuar sendo feito enquanto a mulher estiver em boas condições de saúde e tiver expectativa de viver mais 10 anos ou mais.

As mulheres também devem saber como suas mamas se parecem e se sentem normalmente e relatar imediatamente qualquer alteração nas mamas a um profissional de saúde.

Algumas mulheres, devido ao histórico familiar, a uma tendência genética (como ter os genes BRCA1 e BRCA2) ou a outros fatores, podem precisar fazer o exame de ressonância magnética juntamente com a mamografia.

Para mais informações sobre o diagnóstico do câncer de mama, leia: Câncer de mama: autoexame, rastreio e diagnóstico.

Exames de rastreio para o câncer de cólon e reto

Para pessoas com risco médio de câncer colorretal, a American Cancer Society recomenda iniciar o rastreamento regular aos 45 anos. Isso pode ser feito com um teste sensível que procura sinais de câncer nas fezes de uma pessoa (um teste baseado em fezes) ou com um exame que examina o cólon e o reto (um exame visual).

  • Se você tiver boa saúde, deve continuar a fazer o exame regularmente até os 75 anos.
  • Para pessoas com idade entre 76 e 85 anos, a decisão deve ser individualizada e discutida com o gastroenterologista.
  • Pessoas com mais de 85 anos não devem mais fazer o exame de câncer colorretal.

O exame de rastreio mais aconselhado é a colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 45 anos para os pacientes com risco médio e que estejam dispostos a se submeter a esse procedimento.

Se o paciente não deseja realizar a colonoscopia, as outras opções são:

  • Teste para pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente, de preferência, testes imunoquímicos fecais (FIT).
  • Teste de DNA de fezes com múltiplos alvos (MT-sDNA) a cada um ou três anos.
  • Colonografia por tomografia computadorizada a cada cinco anos para pacientes que não podem ou não querem fazer uma colonoscopia como rastreamento inicial.

Se qualquer um dos testes acima vier positivo, o paciente deve realizar a colonoscopia para confirmar ou descartar a presença de um tumor.

Falamos mais sobre o câncer colorretal no artigo: Câncer de Cólon e Reto – Sintomas e tratamento.

Exames de rastreio para o câncer do colo do útero

O rastreamento do câncer do colo do útero deve começar aos 25 anos de idade.

  • Pessoas com menos de 25 anos não devem fazer o exame porque o câncer do colo do útero é raro nessa faixa etária.
  • Pessoas com idade entre 25 e 65 anos devem fazer um teste primário de HPV (papilomavírus humano) a cada 5 anos. Se um teste primário de HPV não estiver disponível, um exame de Papanicolau com teste de HPV a cada 5 anos ou um exame de Papanicolau a cada 3 anos ainda são boas opções.
  • Pessoas com mais de 65 anos que fizeram exames regulares de câncer de colo do útero nos últimos 10 anos com resultados normais não devem fazer exames de câncer de colo do útero.

As pessoas com histórico de pré-câncer cervical grave devem continuar a fazer o exame por pelo menos 25 anos após o diagnóstico, mesmo que o exame passe dos 65 anos.

As pessoas vacinadas contra o HPV ainda devem seguir as recomendações de triagem para suas faixas etárias.

Para saber mais sobre o exame Papanicolau, leia: Exame Papanicolau [ASCUS, LSIL e NIC1, 2 e 3].

Exames de rastreio para o câncer de pulmão

A United States Preventive Services Taskforce (USPSTF) recomenda o rastreio anual do câncer de pulmão com tomografia computadorizada de baixa dose para adultos de 50 a 80 anos que preencham os dois critérios abaixo:

  • Histórico de tabagismo de pelo menos 20 maços-ano (a unidade maços-ano é número de maços de cigarros por dia multiplicado pelo número de anos de fumo. Por exemplo, uma pessoa que fumou 2 maços por dia durante 10 anos [2 × 10 = 20] tem 20 maços-ano de tabagismo, assim como uma pessoa que fumou 1 maço por dia durante 20 anos [1 × 20 = 20]).
  • Pessoas que fumam atualmente ou tenham parado de fumar há menos de 15 anos.

O rastreamento deve ser interrompido quando a pessoa não fuma há 15 anos ou desenvolve um problema de saúde que limita substancialmente a expectativa de vida ou a capacidade de fazer uma cirurgia pulmonar curativa.

Conclusão

Para resumir, se você quiser reduzir o risco de ter câncer, siga as seguintes dicas:

  1. Não fume.
  2. Não beba. Se optar por beber, não tome mais do que 2 doses de álcool por semana (2 copos de cerveja ou 2 taças de vinho).
  3. Mantenha um peso saudável (IMC entre 18,50 e 24,99 kg/m²).
  4. Evite o consumo excessivo de carnes vermelhas.
  5. Evite o consumo de carnes processadas.
  6. Tenha uma alimentação rica em verduras, legumes, frutas, cereais e grãos integrais.
  7. Evite exposição prolongada ao sol, especialmente entre 10h e 16h.
  8. Evite bronzeamento artificial.
  9. Pratique exercícios físicos.
  10. Pratique sexo seguro (use camisinha).
  11. Vacine-se contra o HPV
  12. Vacine-se contra a hepatite B.
  13. Faça os exames de rastreio adequados para sua idade.
  14. Amamente o máximo de tempo possível.
  15. Não deixe para engravidar pela primeira vez perto dos 40 anos.

Dúvidas comuns

Quanto tempo após parar de fumar o risco de câncer começa a cair?

Existem diversos benefícios com a cessação do fumo, mas olhando exclusivamente para o risco de câncer, temos os seguintes dados:

5 anos: o risco de câncer de pulmão começa a reduzir.
5 a 10 anos após parar de fumar: o risco de câncer de boca, garganta ou laringe cai pela metade em relação a quem continua fumando.
10 anos após parar de fumar: o risco de cânceres de bexiga, esôfago e rim diminui.
10 a 15 anos após parar de fumar: o risco de câncer de pulmão cai pela metade em relação a quem continua fumando.
15 a 20 anos após parar de fumar: risco do câncer de pulmão cai 90%.
20 anos após parar de fumar: o risco de câncer de boca, garganta, laringe e pâncreas cai para próximo ao de alguém que não fuma. O risco de câncer de colo do útero cai pela metade quando comparado a quem continua fumando.

Quais tipos de câncer estão associados ao cigarro?

São 16 os cânceres relacionados ao tabagismo: Colorretal, colo do útero, esôfago, ureter, bexiga, rim, laringe, faringe, traqueia, pulmão, cavidade nasal, seios paranasais, cavidade oral, pâncreas, pênis e estômago

Cigarro eletrônico provoca menos câncer que o cigarro comum?

Aparentemente, sim, pois os cigarros eletrônicos não contêm as várias substâncias carcinogênicas do cigarro comum. No entanto, uma resposta definitiva a essa pergunta ainda não existe, dado que ainda não há ensaios clínicos que tenham investigado os efeitos de longo prazo dos cigarros eletrônicos sobre a incidência e a progressão do câncer.

Tenho casos de câncer na família, meu risco é mais elevado?

Sim, ter um histórico familiar de câncer pode aumentar o seu risco de desenvolver a doença. Isso ocorre porque algumas mutações genéticas que contribuem para o desenvolvimento do câncer podem ser passadas de pais para filhos.

No entanto, é importante lembrar que ter um histórico familiar de câncer não significa necessariamente que você desenvolverá a doença.

Quais são os cânceres mais associados à história familiar?

Existem certos tipos de câncer particularmente conhecidos por serem influenciados pela genética, incluindo câncer de mama, cólon, ovário e próstata. Se você tem um parente de primeiro grau (pai, mãe, irmão ou irmã) que teve um desses tipos de câncer, seu risco pode ser mais alto.

No entanto, a maioria dos cânceres é causada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e estilo de vido. Mesmo que você tenha um risco genético, há muitas ações que você pode tomar para reduzir seu risco geral de câncer, incluindo manter um estilo de vida saudável, evitar o tabaco e o álcool, proteger-se do sol e fazer exames de triagem regularmente.

Existe bronzeamento artificial seguro?

Não. Toda forma de bronzeamento artificial aumenta o risco de câncer de pele.

Existem testes para diagnosticar o risco genético do câncer?

Existem vários testes genéticos disponíveis que podem ajudar a identificar se você tem uma predisposição genética ao câncer. Alguns dos testes genéticos mais comuns para o câncer são:

Teste BRCA1 e BRCA2: esses testes procuram mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que estão associados a um risco aumentado de câncer de mama e ovário. Homens com essas mutações também possuem um risco aumentado de câncer de mama e próstata.
Teste de Lynch: Este teste procura mutações em vários genes associados à síndrome de Lynch, uma condição que aumenta o risco de câncer colorretal e outros tipos de câncer.
Teste de Polipose Adenomatosa Familiar (FAP): Este teste procura mutações no gene APC, que está associado à FAP, uma condição que aumenta o risco de câncer colorretal.
Teste de Retinoblastoma: Este teste procura mutações no gene RB1, que está associado ao retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular que geralmente ocorre em crianças.
Teste de Melanoma Hereditário: Este teste procura mutações nos genes CDKN2A e CDK4, que estão associados a um risco aumentado de melanoma.


Referências


Autor(es)

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Médica graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade do Porto. Nefrologista pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pelo Colégio de Nefrologia de Portugal.

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