Impinge (tínea): causas, sintomas e tratamento

A impinge, também chamada de impigem, Tínea ou Tinha, é o nome popular para as dermatofitoses, um grupo de micoses que podem acometer pele, unhas e cabelos.
Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro & Dra. Joana Brack

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Tínea corporis

Tempo de leitura estimado do artigo: 3 minutos

O que é impinge?

A impinge, também chamada de impigem, Tínea ou Tinha, é o nome popular para as dermatofitoses, um grupo de micoses que podem acometer pele, unhas e cabelos.

Os fungos que provocam as dermatofitoses são chamados de dermatófitos. Existem mais de 50 espécies de fungos dermatófitos, distribuídos entre 9 gêneros. Nos humanos, os principais gêneros que causam infecção são Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton.

Entre as espécies mais comuns nos homens podemos citar:

  • Trichophyton rubrum.
  • Trichophyton tonsurans.
  • Trichophyton interdigitale.
  • Trichophyton mentagrophytes.
  • Microsporum canis.
  • Epidermophyton floccosum.

A característica central dos dermatófitos é colonizar as camadas mais superficiais da pele (epiderme), onde eles encontram sua principal fonte de alimento: a queratina, uma proteína abundante em unhas, pelos e pele.

Os dermatófitos obtêm os nutrientes que precisam a partir da queratina existente nos extratos mortos da epiderme. Por isso, eles não necessitam invadir a pele, embora isso possa ocorrer em algumas situações.

A reação inflamatória que a tínea provoca, caracterizada por vermelhidão e intensa coceira, resulta da reação das células da pele às enzimas libertadas pelo fungo durante o processo de metabolização da queratina.

Transmissão

As espécies de dermatófitos são divididas conforme o seu habitat primário. Os dermatófitos zoofílicos vivem em animais mamíferos, os dermatófitos antropofílicos vivem no ser humano e os dermatófitos geofílicos vivem livremente no solo.

A transmissão dos fungos é feita por contato direto com a pele. Esse contato por ser ao andar descalço em locais úmidos e quentes, como o chão de vestiários, ao usar toalhas ou roupas de pessoas contaminadas, por contato de pele com pele, como nos casos de esportes de luta, ou por contato direito com o pelo de animais infectados.

As espécies zoofílicas, transmitidas de animais para humanos, são responsáveis por cerca de 30% das dermatofitoses humanas e geralmente provocam um quadro mais intenso, com muita inflamação.

Já as espécies antropofílicas, transmitidas de humano para humano, representam a maior parte das infecções e por já estarem mais adaptados aos seres humanos provocam um quadro mais crônico, com menos inflamação, mas de longa duração.

Tipos de dermatofitose

A impinge pode surgir em qualquer área da pele ou onde haja pelos ou unhas. Os principais tipos de dermatofitoses são:

  • Tinea corporis: infecção por dermatófitos em superfícies da pele que não sejam os pés, virilha, rosto, couro cabeludo ou barba.
  • Tinea pedis: infecção por dermatófitos no pé, também chamado de frieira ou pé-de-atleta, especialmente quando acomete a região entre os dedos dos pés.
  • Tinea cruris: infecção por tínea na virilha.
  • Tinea capitis: infecção dos cabelos e do couro cabeludo por tínea.
  • Tinea unguium: infecção fúngica da unha, também chamada de onicomicose.
  • Tinea barbae: infecção dos pelos da barba.

Termos adicionais que também podem ser usados ​​para descrever apresentações menos comuns são Tinea faciei (infecção da face) e Tinea manuum (infecção da mão).

As impinges são tipicamente micoses superficiais. Ocasionalmente, infecções por dermatófitos penetram no folículo piloso e na derme, causando uma infecção mais profunda chamada granuloma de Majocchi.

Sintomas

Os sintomas específicos dependem da região da pele em que o fungo está provocando inflamação, seja unha, pele ou pelo. Clique nos links acima para saber mais detalhes sobre cada um dos tipos de tínea.

Em geral, o local acometido costuma apresentar lesões avermelhadas, descamativas, com coceira.

Conforme é possível ver nas fotos mais abaixo, são muito comuns as lesões em forma de anel, que vão se expandindo do centro para a periferia. As bordas costumam ser avermelhadas e o centro mais claro.

No couro cabeludo, essas lesões podem ocasionar áreas de perda dos cabelos.

Locais do corpo onde há mais umidade e calor, como as dobras e regiões com pelos, costumam ser as mais afetadas, pois esse ambiente é mais propício para a proliferação dos fungos.

Imagens

Tínea corporis
Tinea corporis
Tínea corporis
TInea corporis
Tínea
Tinea capitis
Tínea cruris
Tinea cruris
Impinge
Tinea corporis

Tratamento

O tratamento da tínea é habitualmente feito com antifúngico tópico. Algumas opções eficazes de pomadas ou cremes incluem:

Na tinea capitis, o xampu de cetoconazol costuma ser uma boa opção.

Nos pacientes que não melhoram com tratamento tópico, os antifúngicos podem ser administrados em comprimidos por via oral. Os mais utilizados são:

A onicomicose não costuma responder ao tratamento tópico, sendo a terbinafina por via oral o tratamento mais indicado.

Explicamos o tratamento com mais detalhes nos textos específicos para cada dermatofitose.

Prevenção

Não é fácil prevenir a infecção por fungos dermatófitos, pois eles podem ser contagiosos mesmo antes dos sintomas aparecerem.

Algumas dicas ajudam a reduzir o risco:

  • Mantenha a pele sempre limpa. Lave as mãos frequentemente e tome banho logo após o treino ou uma partida em que haja contato físico com outras pessoas.
  • Não use roupas grossas por longos períodos em clima quente e úmido. Evite transpiração excessiva. Mantenha sempre pés e virilhas secas.
  • Evite contato com animais com doenças de pele.
  • Não compartilhe itens pessoais. Não deixe que outras pessoas usem suas roupas, toalhas, escovas de cabelo, equipamentos esportivos ou outros itens pessoais.
  • Não ande descalço em vestiários ou piscinas públicas.

Referências


Autor(es)

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

A Dra, Joana Brack é médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pós Graduação em Dermatologia pela UFRJ.

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