Aneurisma: o que é, causas, sintomas e tratamento

Dr. Pedro Pinheiro

35 Comentários

Aneurisma

Tempo de leitura estimado do artigo: 2 minutos

O que é um aneurisma?

Aneurisma é uma dilatação de um vaso sanguíneo causada por uma fragilidade da sua parede. Essa fraqueza ocorre habitualmente por doença do vaso, que perde sua elasticidade e torna-se mais frágil.

O grande problema do aneurisma é o risco de ruptura e perda maciça de sangue. Obviamente, quanto maior for o tamanho do aneurisma, maior é o seu risco de ruptura.

Qualquer vaso pode apresentar uma dilatação aneurismática, porém, os dois locais mais comuns são a artéria aorta e os vasos cerebrais, dois vasos de imensa importância no corpo e que podem provocar quadros catastróficos quando seus aneurismas rompem.

Aneurisma da aorta abdominal
Aneurisma da aorta

Falamos especificamente do aneurisma cerebral e da aorta nos seguintes artigos:

O que é um aneurisma dissecante?

Os nossos vasos são compostos por três camadas de músculos. A dissecção ocorre por uma fraqueza na camada em contato com sangue, criando um falso trajeto entre as camadas da artéria. Conforme o tempo passa, a pressão do sangue vai rasgando esse vaso em todo seu comprimento. O sangue passa a seguir dois caminhos, a luz verdadeira do vaso e a luz falsa.

O aneurisma dissecante é uma emergência médica, pois o seu risco de ruptura é imenso.

Além da ruptura, os aneurismas também oferecem risco de formação de trombos em seu interior. Os trombos podem ocluir o vaso ou embolizar para locais distantes.

Causas

Os principais fatores de risco para o surgimento de uma dilação aneurismática são:

Algumas doenças aumentam o risco da formação de aneurismas, as mais comuns são:

Sintomas

Em geral, os aneurismas são assintomáticos. Os sintomas só costumam surgir quando o aneurisma está crescendo rapidamente, dissecando ou em vias de romper.

  • A dissecção do aneurisma da aorta torácica causa uma intensa dor no perto, do tipo pontada, com irradiação para o meio das costas. O doente normalmente fica muito agitado, suado e hipotenso. O quadro clínico pode lembrar o do infarto (leia : Sintomas do infarto agudo do miocárdio).
  • Aneurismas de aorta abdominal causam os mesmos sintomas, porém, localizados na região abdominal.
  • O aneurisma cerebral que está prestes a romper costuma se manifestar como uma dor de cabeça intensa, normalmente a pior dor de cabeça da vida do paciente. A dor pode vir acompanhada de sinais neurológicos semelhantes ao de um AVC.

Em geral, os aneurismas são complicações graves e a cirurgia é a única forma disponível de tratamento.

Diagnóstico

A detecção precoce de aneurismas é crucial para prevenir complicações graves. Os principais métodos de diagnóstico incluem:

  • Ultrassonografia: frequentemente usada para detectar aneurismas abdominais. Não serve para aneurismas cerebrais.
  • Tomografia Computadorizada: a TC fornece imagens detalhadas e pode medir com precisão o tamanho e a localização do aneurisma. É especialmente útil na avaliação de aneurismas torácicos e abdominais. Sua maior desvantagem é utilizar radiação ionizante para gerar as imagens.
  • Ressonância Magnética (RM): a RM fornece imagens detalhadas sem o uso de radiação ionizante. A angio-RM é particularmente eficaz na visualização de aneurismas cerebrais.
  • Angiografia: considerada o padrão-ouro para a avaliação de aneurismas cerebrais, a angiografia envolve a injeção de contraste em uma artéria, seguida por uma série de raios-x para visualizar o fluxo sanguíneo e detectar anomalias.

Tratamento

O tratamento do aneurisma varia de acordo com o seu tamanho e localização.

Na maioria dos casos, a correção é feita por meio de cirurgia. Porém, se o aneurisma for pequeno, não estiver crescendo rapidamente e apresentar baixo risco de ruptura, o tratamento pode ser conservador, com acompanhamento anual do aneurisma através de exames de imagem.

As principais abordagens incluem:

  • Cirurgia aberta: indicada para aneurismas grandes ou com alto risco de ruptura. A parte dilatada do vaso é removida e substituída por um enxerto sintético. Esse procedimento é mais invasivo e requer uma recuperação mais longa.
  • Reparo endovascular: menos invasivo, envolve a inserção de um stent-graft (endoprótese) através de uma pequena incisão na virilha. O stent é guiado até o local do aneurisma, onde é expandido para reforçar a parede do vaso. Esse método tem uma recuperação mais rápida e é frequentemente usado para aneurismas aórticos.
  • Tratamento conservador: para aneurismas pequenos e de baixo risco, pode-se optar por monitoramento regular com exames de imagem anuais. Mudanças no estilo de vida e controle rigoroso dos fatores de risco, como cessação do tabagismo, controle da pressão arterial e colesterol, são fundamentais.
  • Medicação: em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para controlar a pressão arterial e reduzir o risco de crescimento do aneurisma. Beta-bloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) são exemplos de medicamentos usados para esse fim.
  • Intervenções emergenciais: em caso de ruptura ou dissecção, o tratamento é emergencial e pode incluir cirurgia imediata para reparar o vaso danificado e estabilizar o paciente.

Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Ficou com alguma dúvida?

Comentários e perguntas