86 medicamentos que podem causar disfunção erétil

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Introdução

A disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual masculina, é uma condição médica que afeta muitos homens em todo o mundo. Trata-se da incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.

Embora diversos fatores possam contribuir para essa condição, um dos aspectos menos discutidos, mas significativamente relevante, é a impotência sexual induzida por fármacos. Estima-se que até 25% dos casos de disfunção erétil sejam causadas por um ou mais medicamentos que o paciente toma. E não só isso, pelo menos 8 dos 12 medicamentos mais vendidos no mundo listam a impotência masculina como um dos seus possíveis efeitos adversos.

Vários medicamentos prescritos habitualmente para uma grande variedade de doenças, incluindo anti-hipertensivos, antidepressivos, ansiolíticos (calmantes), medicamentos para próstata ou para tratar a calvície, são causas comuns de disfunção erétil.

Tais medicamentos podem provocar impotência porque alteram o fluxo sanguíneo para o pênis, interferem nos neurotransmissores cerebrais, no sistema nervoso simpático ou afetam os níveis hormonais, todos estes, eventos cruciais para a função sexual normal. Em alguns casos, o efeito é temporário e desaparece quando o uso do medicamento é interrompido; em outros, os efeitos podem persistir por um período mais longo.

A seguir listamos os medicamentos e as substâncias mais associadas à impotência masculina.

Remédios que causam impotência

Anti-hipertensivos

Todos os anti-hipertensivos podem provocar disfunção erétil, porém, algumas classes apresentam mais riscos que outras.

Betabloqueadores e diuréticos são os fármacos para hipertensão mais associados a perda de potência sexual. Exemplos e medicamentos dessas classes são:

Betabloqueadores:

  • Atenolol.
  • Labetalol.
  • Metoprolol.
  • Propranolol.

Diuréticos:

  • Clortalidona.
  • Espironolactona.
  • Furosemida.
  • Hidroclorotiazida.
  • Indapamida.

Outros anti-hipertensivos também associados à impotência são:

  • Captopril.
  • Clonidina.
  • Enalapril.
  • Hidralazina.
  • Metildopa.
  • Nifedipina.
  • Reserpina.
  • Verapamil.

A verdadeira taxa de impotência sexual provocada pelos anti-hipertensivos é difícil de saber, pois alguns estudos falam em quase 40% de incidência enquanto outros citam menos de 1%.

Curiosamente, os pacientes que sabem que os anti-hipertensivos podem causar impotência apresentam taxas mais elevados de disfunção erétil do que os pacientes que tomam o mesmo medicamento, mas desconhecem essa informação.

Antidepressivos

A maioria dos antidepressivos, em especial os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), está associada à disfunção erétil. A incidência é de cerca de 40% nos pacientes que tomam doses elevadas, e de 3 a 10% com doses baixas.

Impotência também pode ocorrer com outras classes de antidepressivos, incluindo inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina, antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase; entretanto, os fármacos da classe dos ISRS são os com maior incidência.

Exemplos de antidepressivos que podem causar disfunção erétil são:

  • Fluoxetina.
  • Sertralina.
  • Paroxetina.
  • Citalopram.
  • Escitalopram.
  • Amitriptilina.
  • Clomipramina.
  • Desipramina.
  • Nortriptilina.
  • Fenelzina.
  • Buspirona.
  • Imipramina.
  • Doxepina.
  • Imipramina.

Em muitos casos, a redução da dose pode ser suficiente para contornar o problema.

Explicamos os antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina no artigo: Antidepressivos: escitalopram, fluoxetina, sertralina.

Ansiolíticos

Além dos antidepressivos, fármacos frequentemente utilizados para o tratamento da ansiedade, como os ansiolíticos, também podem provocar perda da potência sexual. Os mais comuns são:

  • Lorazepam.
  • Oxazepam.
  • Clordiazepóxido.
  • Clorazepato.
  • Diazepam.
  • Alprazolam.
  • Clonazepam.

Antiparkinsonianos

Alguns medicamentos utilizados no tratamento da doença de Parkinson também podem ter a disfunção erétil como efeito colateral, especialmente quando usados em doses elevadas. Os mais comuns são:

  • Benzatropina.
  • Biperideno.
  • Bromocriptina.
  • Levodopa.
  • Prociclidina.
  • Triexifenidil.

É importante destacar que a disfunção erétil é bastante comum nos pacientes com doença de Parkinson, ocorrendo em até 60% dos pacientes, independentemente dos efeitos adversos das medicações.

Anti-androgênicos

A terapia de privação de androgênio, utilizada no tratamento de alguns tipos de câncer de próstata, reduz os níveis séricos de testosterona do paciente a níveis semelhantes aos da castração.

Em razão da castração química, a impotência sexual é um efeito adverso comum dos seguintes fármacos:

  • Bicalutamida.
  • Flutamida.
  • Nilutamida.

Drogas recreativas (lícitas ou ilícitas)

Embora algumas drogas recreativas, como a cocaína e a heroína, possam inicialmente estimular a libido e a excitação sexual, a longo prazo, elas acabam exercendo um impacto negativo na capacidade de adquirir e manter a função erétil.

As drogas que quando utilizadas de forma abusiva ou prolongada podem causar disfunção erétil são:

  • Álcool.
  • Tabaco.
  • Anfetaminas.
  • Barbitúricos.
  • Cocaína.
  • Maconha.
  • Heroína e outros opioides (codeína, fentanil, hidromorfona, metadona, morfina e oxicodona).

Outros fármacos

Outros medicamentos que também já foram descritos como fatores de risco para impotência se utilizados de forma prolongada são:

  • Ácido aminocaproico.
  • Alcaçuz.
  • Anti-histamínicos.
  • Anti-inflamatórios não esteroides.
  • Atropina.
  • Cetoconazol.
  • Clofibrato.
  • Ciclobenzaprina.
  • Cimetidina
  • Ciproterona.
  • Digoxina.
  • Disopiramida.
  • Dutasterida.
  • Finasterida.
  • Furazolidona.
  • Gabapentina.
  • Haloperidol.
  • Metoclopramida.
  • Orfenadrina.
  • Pregabalina.
  • Proclorperazina.
  • Pseudoefedrina.
  • Risperidona.
  • Sumatriptano.
  • Topiramato.
  • Valproato.

O que fazer se um medicamento provoca impotência sexual?

O manejo da disfunção erétil induzida por medicamentos pode ser um desafio. É comum que pacientes enfrentando este efeito colateral optem por interromper tratamentos essenciais, uma atitude que pode ser arriscada e, frequentemente, desnecessária.

Existem diversas estratégias disponíveis para tratar a disfunção erétil provocada por medicamentos. Uma possibilidade é colaborar com seu médico para ajustar a dosagem do medicamento em questão, experimentar um fármaco alternativo ou, caso a interrupção do tratamento não seja viável, considerar o uso de um medicamento específico para impotência, como o Viagra ou Cialis.

Ademais, é importante lembrar que a disfunção erétil frequentemente é um sintoma das condições de saúde que necessitam dos medicamentos em questão, as quais também podem ter a disfunção erétil como efeito colateral. Portanto, a simples interrupção do medicamento nem sempre é a solução para o problema.

Se você começar a apresentar disfunção erétil após iniciar um novo medicamento, antes de tomar a decisão de interromper o tratamento, é essencial que converse com seu médico. Felizmente, existem muitas alternativas que você e seu médico podem explorar para garantir que você mantenha sua saúde física e sexual, sem a necessidade de sacrificar a medicação necessária para o seu bem-estar.


Referências


Autor(es)

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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10 comentários em “86 medicamentos que podem causar disfunção erétil”

    • Problema na coluna é um termo muito genérico. Pode ser aplicado desde coisas simples até condições graves. Que tipo específico de problema na coluna você está pensando?

      Responder
  1. Boa tarde dr. li sobre todos esses remédios que podem causar problemas de ereção e agora tô preocupado, porque tomo remédios pra ansiedade. Como sei se meu tratamento tá causando isso? Devo falar com meu médico ou só parar o remédio por conta própria para testar?

    Responder
    • Antônio, sua dúvida é válida, mas, por favor, não interrompa o tratamento sem antes falar com o seu médico. Alguns medicamentos utilizados no tratamento da ansiedade têm o potencial de influenciar a função sexual, incluindo a possibilidade de provocar disfunção erétil. Isso não significa, porém, que todos que tomam esses medicamentos experimentarão esses efeitos colaterais.

      A interrupção abrupta do seu tratamento pode levar ao ressurgimento ou agravamento dos sintomas de ansiedade. Em vez disso, se você está preocupado com a possibilidade de seu medicamento estar contribuindo para a disfunção erétil, o melhor curso de ação é agendar uma consulta com seu psiquiatra. Ele pode avaliar sua situação específica, confirmar se o medicamento pode estar contribuindo para o problema e, se apropriado, ajustar seu regime de tratamento ou explorar alternativas terapêuticas que mantêm a eficácia no tratamento da ansiedade enquanto mitigam o efeito colateral em questão.

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  2. Boa tarde, eu tomo a noite 1 comprimido de pregabalina de 150 mg, sonic de 50, dois de clonezepar de 2 mg, pela manhã tomo Asert dr 100mg e pregabalina de 75 mg. Não estou conseguindo fazer sexo, não sinto vontade, pode ser dos medicamentos? me ajude por favor.

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