O que é psicose?
O termo psicose vem do Grego, significando estado mental anormal (psic= mente, ose = condição anormal).
A psicose é muito comum e atinge até 5% da população em algum momento da vida. Pode ocorrer em diversas situações:
- Esquizofrenia.
- Transtorno bipolar (antigo transtorno maníaco-depressivo).
- Depressão grave.
- Doença de Alzheimer.
- Estresse psicológico severo.
- Privação do sono.
- Secundário a drogas lícitas e ilícitas.
- Epilepsia.
- Abstinência ao álcool.
- Infecção ou tumor do sistema nervoso central.
- Lúpus.
- Insuficiência renal e hepática.
- AIDS.
- Sífilis.
Psicose é um distúrbio da percepção da realidade; estado de psicose se caracteriza pela agitação, agressividade, impulsividade e outras alterações do comportamento.
Sintomas
Alucinações
São percepções falsas de um dos sentidos. A alucinação auditiva é a mais comum, seguido, em ordem, pela visual, tátil, olfatória e paladar.
As alucinações auditivas podem ser com uma ou várias pessoas falando, assim como música sendo tocada. São vozes que impõe ordens, muitas vezes mandam o paciente pular de uma janela ou ponte. A olfatória costuma estar associada a cheiros desagradáveis como vômitos e fezes. A alucinação visual pode ocorrer com objetos sem forma ou até com pessoas e animais. Pode-se imaginar o corpo sendo tomado por inúmeros insetos ou a presença de pessoas no ambiente.
Podem também ocorrer alterações do equilíbrio e da propriocepção (noção de posicionamento espacial do próprio corpo).
Existem 2 tipos de alucinações que são consideradas normais e que provavelmente já ocorreu com vocês: a hipnagogia e hipnopompia, que ocorrem na transição sono/vigília. O primeiro é aquela conhecida sensação de queda ao adormecer e o segundo são alucinações que ocorrem durante o processo de despertar.
Delírio (delusão)
São falsas crenças e convicções que sem mantêm apesar de claras evidências contrárias e da implausibilidade dos fatos. O mais comum é o delírio persecutório, no qual o indivíduo acha que há forças externas tentando prejudicá-lo, como conspirações, gás venenoso na tabulação, comida envenenada, câmeras escondidas na sua casa, micro-chips implantados secretamente no cérebro, etc.
No delírio de ciúmes, o paciente está convicto que o parceiro comete adultério e imagina evidências em pequenas manchas nas roupas e alterações na posição do banco do carro. Tem certeza que o parceiro vai ao banheiro, não para urinar, mas sim para encontrar a amante dentro da cabine. Coisas absurdas. Nos delírios religiosos o paciente pensa ser uma divindade ou ter contacto direto com Deus. Existem também delírios sobre abdução por ETs, clonagem, contato com mortos, etc.
Algumas pessoas famosas sofrem com delírios de fãs que imaginam ser suas amantes, que tem direito a decidir sobre aspectos da sua vida, etc. Geralmente, atentados contras pessoas famosas são movidos por um estado psicótico.
Para o paciente em delírio existe sempre uma lógica no seu pensamento, e nenhum argumento é capaz de convencê-lo do contrário.
Atenção: Delírio é diferente de delirium (leia: DELIRIUM – Confusão mental nos idosos).
Pensamento desorganizado
Alterações do discurso e comportamento bizarro. Incapacidade de formular frases compreensíveis. Conclusões ilógicas como ” uma maçã cabe dentro de uma caneta preta mas não de uma azul”. Criação de palavras que não existem, interrupção de frases no meio, sem completá-la e frases com palavras desconectas.
Agitação e agressão
Agitação é um estado agudo de ansiedade, com aumentada atividade motora. Pode ocorrer pela percepção do paciente do quadro psiquiátrico através da alucinações ou alterações de pensamento. Atos de violência podem ocorrer nos delírios persecutórios
Existem várias drogas chamadas de anti-psicóticos que usadas no tratamento deste quadro. É importante descartar causas secundárias e tratá-las adequadamente.
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
Deixe um comentário