O que é a síndrome da fadiga crônica?
A síndrome da fadiga crônica (SFC), também chamada de encefalomielite miálgica ou doença sistêmica de intolerância ao esforço, é um quadro caracterizado por fadiga persistente, que não está relacionada com exercício físico e não melhora de forma relevante com repouso. A doença costuma vir acompanhada de outros sintomas e tem duração maior que seis meses.
A SFC é uma doença controversa e de difícil explicação, sendo muito frustrante de se lidar, não só para os pacientes como também para os médicos, pois ainda não se conseguiu estabelecer definitivamente suas causas, o diagnóstico é difícil de ser feito e o tratamento atual é pouco efetivo.
Apesar de não diminuir a expectativa de vida do paciente acometido, a síndrome da fadiga crônica pode ser considerada uma doença grave, devido à grande queda na qualidade de vida que a mesma pode causar.
É importante saber que existem diferenças entre possuir a síndrome da fadiga crônica e apresentar fadiga com frequência. Na verdade, apenas 10% dos pacientes que se queixam de cansaço crônico, efetivamente possuem critérios para o diagnóstico da síndrome da fadiga crônica.
Para ler sobre outras causas de cansaço prolongado: 11 Causas de cansaço persistente.
Sintomas
Além da fadiga crônica que dá o nome a doença, os pacientes com esta síndrome também costumam apresentar os seguintes sintomas:
1. Dificuldade de concentração e “memória fraca”.
2. Dor de garganta.
3. Dor muscular.
4. Dor articular.
5. Dor de cabeça.
6. Dificuldades em dormir.
7. Linfonodos discretamente aumentados e dolorosos.
8. Exaustão após esforço físico ou mental, mesmo após 24 horas de repouso.
Esses são os sintomas clássicos, porém, vários outros podem ocorrer como tonturas, diarreia, alergias, etc.
É importante destacar que o exame físico costuma ser normal. O paciente se queixa de dores, mas nenhuma lesão é encontrada, queixa-se de febre, mas o termômetro nunca a mostra, os linfonodos dolorosos são normais à biópsia e a eletroneuromiografia não consegue comprovar a fraqueza muscular.
Esta incapacidade em se documentar as queixas dos pacientes muitas vezes levam a uma errada interpretação de que estão fingindo ter uma doença. Porém, assim como na fibromialgia, a síndrome da fadiga crônica deve ser encarada como uma doença de verdade, evitando-se a estigmatização dos pacientes.
Causas
Apesar de todos os esforços, as causas da síndrome da fadiga crônica ainda não foram elucidadas. Algumas doenças e infecções, principalmente das vias respiratórias, parecem precipitar a doença, mas o mecanismo no qual isso ocorre e por que só acontece em algumas pessoas ainda é um mistério. Sabe-se, porém, que a doença é mais comum em pessoas jovens e adultos de meia-idade do que em crianças e idosos, e duas vezes mais comum em mulheres que em homens.
Entre as doenças que podem precipitar a síndrome da fadiga crônica, citamos:
- Infecções virais, principalmente das vias respiratórias.
- Depressão.
- Anemia por carência de ferro.
- Alterações hormonais.
- Doenças autoimunes.
- Pressão baixa crônica.
- Fibromialgia.
Durante muitos anos acreditava-se que havia uma relação muito forte entre a mononucleose e a SFC, porém, as últimas evidências mostram que essa relação não é tão importante.
Covid-19
Alguns pacientes podem desenvolver um quadro de síndrome da fadiga crônica após infecção pelo SARS-CoV-2, independentemente da gravidade da doença. Esse quadro faz parte das diversas doenças que têm sido habitualmente classificadas como “long-COVID” ou “Covid de longo curso”.
A Covid-19 pode provocar a SFC, pode agravar a SFC em quem já tinha ou pode trazer a doença de volta em quem já tinha se recuperado.
Diagnóstico
A síndrome da fadiga crônica é um diagnóstico de exclusão, ou seja, é preciso ter certeza que o cansaço e os sintomas não são causados por nenhuma outra doença identificável. Doenças cardíacas, pulmonares, hepáticas e renais, além de dezenas de outros problemas, como obesidade mórbida, uso de drogas, apneia do sono, anorexia nervosa, etc., podem causar fadiga e devem ser descartadas sempre.
Mesmo que o paciente não tenha nenhuma causa identificável para o seu cansaço, para o diagnóstico da síndrome ainda é preciso que a fadiga tenha estado presente nos últimos seis meses e esteja associada a pelo menos 4 dos 8 sintomas descritos acima.
Tratamento
Não existe cura para a síndrome da fadiga crônica e o tratamento nem sempre é satisfatório. De todos os tratamentos já tentados, os que realmente fornecem melhora clínica são a psicoterapia e exercícios físicos regulares.
Este último pode ser muito difícil, uma vez que no início os sintomas parecem piorar. Porém, o exercício deve ser iniciado com cargas muito, mas muito leves, com lento e progressivo aumento conforme o paciente tolere. A longo prazo, a prática de exercícios melhora muito a qualidade de vida.
Não existe tratamento com drogas ou dieta específica que comprovadamente melhore os sintomas da síndrome da fadiga crônica.
Referências
- Myalgic Encephalomyelitis/Chronic Fatigue Syndrome – Centers for Disease Control and Prevention.
- Clinical features and diagnosis of myalgic encephalomyelitis/chronic fatigue syndrome – UpToDate.
- Treatment of myalgic encephalomyelitis/chronic fatigue syndrome – UpToDate.
- Beyond Myalgic Encephalomyelitis/Chronic Fatigue Syndrome: Redefining an Illness – National Academy of Sciences.
- Goldman L, et al., eds. Fibromyalgia, chronic fatigue syndrome and myofascial pain. In: Goldman-Cecil Medicine. 25th ed. Philadelphia, Pa.: Saunders Elsevier; 2016
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
Sinto dores no corpo, especificamente no lado direito abaixo do tórax. As dores pioraram depois de uma queda na banheira. Bati com o lado direito na borda. A dor n é forte,mas constante e tenho impressão de estar com febre. Qual especialista devo procurar?
Pode ir primeiro num clínico geral.
Um bom complexo de vitaminas, não resolve o problema?
Não, porque a doença não é provocada por carência de vitaminas.
Sério? Minha vida foi destruída por essa doença… Se um simples começo vitamínico resolvesse, não teríamos mais de 20 milhões de pessoas sofrendo e sem nenhuma perspectiva de tratamento, quanto mais cura. Até mesmo médicos que conheço, não sabem o que tem quando são acometidos pela doença, quando muito felizes conseguem um diagnóstico de três a cinco anos. Precisamos de.milhares de artigos assim. Precisamos que os.medicos saibam identificar a ME para, ao menos, os pacientes entenderem o que tem.
Tenho todos estes sintomas descrito para a síndrome de fadiga cronica! Não sou diabético, nem tenho qualquer oura doença, a não ser gripe e resfriados! Na matéria diz que não existe remédios, a não ser atividades fisícas.
Pergunto: Não existe fortificantes, para músculos, nervos, cartilagens, etc.?
Achei bem estranho, esta colocação!
Não existem fortificantes para músculos, nervos ou cartilagens. O que existe são suplementos que melhoram a performance nos treinos. Isso significa que você precisa fazer atividade física de qualquer maneira. Não basta tomar os produtos e achar que vai melhorar.
Infelizmente os complexos vitamínicos e minerais não resolvem o problema. Em meu caso, uso a suplementação devido aos problemas digestivos, mas é um procedimento apenas profilático mas necessário. Pessoas que desenvolvem casos severos da doença chegam a necessitar alimentação parenteral. Se você acredita que pode ter a SFC/EM, estude a doença a análise o seu corpo, você precisa saber o que e como as variantes te afetam. Infelizmente a EM atinge cada indivíduo de uma forma diferente. É importante também que você procure um neurologista que saiba que essa doença existe, o que é bem difícil, pois normalmente apenas ouviram falar do assunto. Assista o filme UNREST-NETFLIX, para leigos é uma excelente forma de ajudar a entender o quão séria é essa doença. Se quiser conversar sobre o assunto, pode mandar e-mail que respondo prontamente. Boa sorte!
Tenho todos os sintomas, além de tonturas e das minhas alergias ( rinite alérgica, dermatite de contato) terem piorado muito. Já tenho esses sintomas há mais de 2 anos, mas me parece terem aumentado gradativamente e chegado agora a um ápice, pois fico muito mal durante varios dias. Meu médico solicitou varios exames de sangue, entre eles citomegalovirus, o qual veio com o IGm negativo e o IGg positivo com um valor de 168 ul/ml. Será que existe alguma relação disso com os sintomas? Obrigada.
Tenho todos os sintomas acima alem de ser diabética,tenho depressão tbm,fico dias e dias muito ruim,sem vontade de fazer nada nem de comer ou tomar banho,ou ver os outros ou arrumar minha casa enfim nada msm,tenho dores nas pernas e nas costas,vivo com dor de cabeça eu ja acordo com dor de cabeça minha casa parece uma farmácia….
Fico sem coragem de sair de casa,ate o serviço de casa eu não dou conta,pelo meu cansaço,tenho dificuldade em dormir a noite e de dia tbm,ja fui ao medico e ele me diagnosticou como depressiva. evito tomar os remédios para depressão que me foram passados pq me sinto pior e tenho pensamentos suicidas….
A familia não me entende acham que é preguiça, fingimento sei lá,só recebo criticas e cobranças as x tenho vontade de sumir evaporar….
Realmente Katia, a familia não entende..meu filho acha que é preguiça..e na verda tenho vontade de fazer muitas coisas e meu corpo não me ajuda..
Oi Katia, eu tive isso a minha vida toda, desde meus 16 anos. A família só entende se acontece com eles, no mais, somos considerados como preguiçosos. Vária vzs já pensei em suicídio e só não fiz pq sou Cristão e acredito na vida eterna. Se quiser conversar mais sobre isso e como eu melhorei, me adiciona no Face: toneyfontes@gmail.com
tenho todos os sintomas desá doença minha medica disse que tenho depressão vou procurar me informar melhor
sinto muito sono e fico indisposta e a minha pressão é baixa o que pode ser?
Ando sempre cansado! sempre fui! desde criança, acho que tenho!