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Transcrição do vídeo
Todo mundo já ouviu falar que os sintomas da AIDS só costumam surgir vários anos depois do paciente ter sido contaminado pelo vírus HIV.
Mas o que muita gente não sabe é que a grande maioria das pessoas apresenta um quadro chamado síndrome retroviral aguda já nas primeiras quatro semanas após a contaminação pelo vírus.
E é exatamente sobre esses sintomas precoces da infecção pelo HIV que nós vamos falar nesse vídeo.
Fique ligado!
Apesar de ser uma informação pouco divulgada, desde a década de 80 já sabemos que os pacientes recém infectados com o vírus HIV podem desenvolver um quadro semelhante a uma gripe dias após a sua contaminação.
É importante ressaltar que essa infecção aguda não significa que o paciente tenha AIDS.
Apesar de ambas serem causadas pelo vírus HIV, a síndrome retroviral aguda e AIDS são doenças bem diferentes.
A síndrome retroviral aguda surge geralmente entre duas a quatro semanas após a contaminação pelo HIV e é causada pela rápida multiplicação do vírus no organismo.
Até 90% dos pacientes recém contaminados com o HIV podem apresentar algum tipo de sintoma da infecção aguda, mas na maioria dos casos eles são tão brandos e tão específicos que podem até passar despercebidos.
Em muitos casos é até difícil saber se o que o paciente teve foi realmente uma infecção aguda pelo HIV ou apenas uma virose comum qualquer.
Os sinais e sintomas mais comuns da síndrome retroviral aguda são:
Febre alta, que costuma ficar entre 38 e 40 graus e acomete cerca de 80% dos pacientes;
Fraqueza, que acomete 75% dos pacientes e é muito parecida com a falta de forças que surge nos quadros gripe ou mononucleose;
Rash de pele, que ocorre em 50% dos casos e costuma surgir na parte superior do tronco, na face, nas palmas das mãos ou nas plantas dos pés. Essas lesões de pele da infecção aguda pelo HIV costumam ser múltiplas, avermelhadas, pequenas e ovais. Elas surgem no segundo ou terceiro dia do quadro e duram uns cinco dias;
Dor de garganta está presente em 45% dos pacientes e costuma ser exatamente igual a uma faringite viral, com intensa dor e vermelhidão da orofaringe;
Linfonodos palpáveis e indolores surgem em até 40% dos casos e costumam estar localizados no pescoço, na nuca e nas axilas.
Esses cinco sinais e sintomas que eu acabei de citar são os principais, mas existem vários outros como, perda de peso, diarreia, úlceras na boca ou na região genital, suores noturnos, dor muscular e dor nas articulações.
Na maioria dos casos, os sintomas da infecção aguda pelo HIV duram de 7 a 10 dias e desaparecem espontaneamente conforme nosso sistema imunológico controla a multiplicação do vírus.
Quando a fase aguda termina, o paciente entra na fase latente da infecção pelo HIV, um período sem sintomas que pode durar vários anos.
Pacientes que apresentam sintomas da fase aguda muito intensos e que duram mais de 14 dias costumam ter maior risco de terem uma fase latente e curta e evoluírem em poucos anos para AIDS.
Portanto, se você teve comportamento de risco e dias depois apresentou um quadro semelhante ao de uma virose, faça a sorologia para HIV para saber se você foi contaminado.
Quando o paciente tem a síndrome retroviral aguda, já existe uma quantidade suficiente de vírus na corrente sanguínea para ser detectada pelos exames de sangue.
Se você quiser saber mais sobre esse assunto, acesse os links para o site do MD. Saúde que estão aqui embaixo na descrição desse vídeo.
Até a próxima!
Referências
- Signs or Symptoms of Acute HIV Infection in a Cohort Undergoing Community-Based Screening – Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
- Evaluation and management of acute HIV – Infectious Disease Advisor.
- Diagnosis and Initial Management of Acute HIV Infection – American Family Physician.
- Acute and early HIV infection: Clinical manifestations and diagnosis – UpToDate.
- Acute and early HIV infection: Treatment – UpToDate.
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
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