VÍDEO: Sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC)

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Transcrição do vídeo

Olá, no vídeo de hoje eu vou explicar o que é um AVC, quais são os seus fatores de risco e quais são os 5 sinais mais característicos que devem servir de alerta para que o paciente procure rapidamente atendimento médico.

Fiquem ligados!

O acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC ou derrame cerebral, é um problema que surge quando uma determinada área do cérebro sofre um infarto, ou seja, quando há morte de tecido cerebral por falta de perfusão sanguínea adequada.

O AVC é habitualmente dividido em dois tipos: AVC isquêmico e AVC hemorrágico.

A forma isquêmica ocorre em 85% dos casos e surge sempre que o fluxo sanguíneo de alguma artéria cerebral sofre obstrução. Sem o aporte adequado de sangue, a parte do tecido cerebral nutrida por essa artéria obstruída sofre isquemia e depois morte, um processo que chamados de infarto cerebral.

Um AVC isquêmico pode ser mais ou menos grave, dependendo do tamanho e da localização desse infarto.

Os principais fatores de risco para o acidente vascular isquêmico são:

  • idade avançada.
  • Diabetes mellitus.
  • Tabagismo.
  • Hipertensão arterial.
  • Colesterol alto.
  • Obesidade.
  • Fibrilação atrial, que é uma forma de arritmia cardíaca que pode provocar embolia cerebral.

O AVC hemorrágico, por sua vez, surge quando um vaso sanguíneo cerebral encontra-se fragilizado e rompe-se, provocando sangramento intracraniano.

Como o nosso crânio é uma caixa fechada que não tem capacidade de se expandir, qualquer sangramento para dentro do cérebro tem risco de aumentar a pressão intracraniana e causar compressão do próprio cérebro.

O AVC hemorrágico costuma ser mais grave que o AVC isquêmico. Sua taxa de mortalidade chega a ser superior a 50% e até 90% dos pacientes que sobrevivem ficam com alguma sequela neurológica.

As principais causas do AVC hemorrágico são:

  • hipertensão arterial,
  • tabagismo,
  • uso de medicamentos que inibem a coagulação sanguínea, como a varfarina.
  • aneurismas no cérebro.
  • malformações dos vasos cerebrais.
  • vasculites.

O sinal mais típico do AVC é a súbita perda de força nos membros em apenas um lado do corpo. Essa perda de força chama-se paresia e pode acometer apenas um braço, apenas uma perna ou um braço e uma perna ao mesmo tempo.

Não é comum no AVC ambas as pernas ou ambos os braços serem acometidos ao mesmo tempo, com a mesma intensidade. A fraqueza tipicamente fica limitada à metade do corpo.

A perda de força muscular pode variar desde uma fraqueza suave até a paralisia total do membro acometido. Dormência, formigamento ou uma sensação tipo picadas de agulhas também podem estar presentes.

A paralisia de um lado da face é outro sinal típico do AVC. O desvio da boca em direção contrária ao lado paralisado é o sinal mais comum e perceptível.

Quando o paciente apresenta paralisia facial do lado esquerdo, a boca tende a ficar desviada para o lado direito e a comissura labial, popularmente chamada de bigode chinês, desaparece no lado paralisado.

A paralisia facial do AVC tende a preservar a metade superior da face, permitindo que o paciente ainda seja capaz de franzir a testa e levantar as sobrancelhas.

Outro sinal frequente do AVC é a alteração da fala e do discurso.

As duas alterações mais comuns são a afasia e a disartria.

Na afasia o indivíduo torna-se incapaz de nomear coisas simples, como cores, números e objetos. Em alguns casos, o paciente não consegue repetir ou entender uma palavra dita por um familiar.

O discurso costuma ficar confuso, pois o paciente só consegue dizer algumas palavras, sendo incapaz de dizer ou de pensar em outras. Muitas vezes, ele também não consegue nem escrever o nome desses objetos que não consegue falar.

A disartria é outro distúrbio da fala comum no AVC e se caracteriza pela dificuldade em articular as palavras. O paciente entende tudo, sabe qual é a palavra que ele quer dizer, mas falta-lhe habilidade motora para mover os músculos da fala de modo a articular corretamente as palavras.

O paciente até consegue nomear as coisas, mas o faz de forma tão enrolada, que chega a ser incompreensível.

Um doente com AVC pode ficar confuso, ficando desorientado no tempo e no espaço.

Ele não sabe dizer corretamente em que ano ou mês estamos e pode não reconhecer o local onde está.

Perguntas como: “quem é o nosso atual presidente?”, podem levar a respostas anacrônicas, como João Figueiredo ou Fernando Collor de Mello.

O paciente com AVC pode ter dificuldade em andar. Esta alteração da marcha pode ser causada por falta de equilíbrio, por diminuição da força em uma das pernas ou mesmo por alterações na coordenação motora necessária para o ato de andar.

O paciente com AVC pode não conseguir se manter em pé parado, caindo para um dos lados se não tiver apoio. Essa falta de equilíbrio pode surgir mesmo sem o paciente se queixar de tonturas. Ele não cai porque sente-se tonto, mas sim porque o cérebro tem dificuldade de manter o corpo equilibrado.

O rápido reconhecimento dos sintomas do AVC é essencial para o sucesso do tratamento.

Já existem medicamentos que dissolvem os trombos nas artérias cerebrais nos casos de AVC isquêmico. O problema é que esse tratamento só é eficaz se for administrado nas primeiras 4 horas e meia após o aparecimento do primeiro sintoma.

A maioria dos hospitais tem um protocolo de urgência para os casos suspeitos de AVC, fazendo com que o paciente tenha prioridade máxima no atendimento e na realização da tomografia computadorizada. Em apenas 4 horas e meia ele precisa ser atendido, diagnosticado e submetido ao tratamento com trombolíticos para que o AVC possa ser revertido.

Portanto, assim que qualquer um dos sinais descritos nesse vídeo for reconhecido, o paciente precisa ser imediatamente levado a um serviço de emergência. Cada minuto conta.

Se você quiser mais informações sobre o AVC, acesse os links que estão aqui em baixo na descrição deste vídeo. Não deixe também de assinar o nosso canal.

Até a próxima.


Referências


Autor(es)

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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