6 semanas de gravidez

Na 6ª semana de gravidez, o embrião mede cerca de 4 a 6 mm e seu coração começa a bater com ritmo próprio. Estruturas como o tubo neural, intestinos e brotos dos membros estão em formação. Para muitas gestantes, os sintomas se intensificam, com náuseas, cansaço e sensibilidade nos seios.

Dr. Pedro Pinheiro
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6 semanas de gravidez

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Visão geral da quarta semana de gestação

A sexta semana de gravidez corresponde à segunda semana do segundo mês gestacional, sendo um marco importante para o desenvolvimento embrionário. Embora o embrião ainda seja minúsculo, grandes transformações estruturais estão em curso — o coração começa a bater e órgãos fundamentais dão seus primeiros sinais de formação.

Contando a partir da DUM (data da última menstruação), esta fase equivale, aproximadamente, à terceira semana após a fecundação. Já é possível visualizar o embrião em um ultrassom transvaginal e, em muitos casos, detectar seus batimentos cardíacos.

  • Tempo em meses: 6 semanas equivalem à 2ª semana do 2º mês de gestação.
  • Trimestre de gestação: primeiro.
  • Tamanho do embrião: ~4 a 6 mm (semelhante a uma ervilha).
  • Desenvolvimento fetal: início da formação de cérebro, pulmões, intestino, membros e batimentos cardíacos regulares.
  • Sintomas mais comuns: náuseas intensas, fadiga, aversões alimentares, aumento da frequência urinária.
  • Exames importantes: ultrassom transvaginal pode detectar embrião e batimento cardíaco.
  • Visibilidade no ultrassom: saco gestacional, saco vitelino e embrião são visíveis.

Desenvolvimento do bebê na 6ª semana

Tamanho e estrutura inicial

Nesta fase, o embrião mede entre 4 e 6 mm e já apresenta uma estrutura mais definida. A cabeça é desproporcionalmente grande em relação ao corpo, e uma cauda embrionária ainda é visível — ambas características temporárias.

  • Formato: corpo curvado, com início de diferenciação da cabeça e membros.
  • Semelhança: tamanho de uma ervilha.
Embrião com 6 semanas de gravidez
Embrião na sexta semana de gravidez

Sistema nervoso central

  • O tubo neural está quase completamente fechado, com o sistema nervoso central em formação ativa.
  • O cérebro começa a se dividir em três regiões distintas:
    • Prosencéfalo (cérebro anterior): responsável por pensamentos e percepções.
    • Mesencéfalo (cérebro médio): conexão entre as regiões superiores e inferiores.
    • Rombencéfalo (cérebro posterior): estrutura embrionária do tronco cerebral.

Formação do coração

O coração do embrião começa a bater de maneira mais regular, com frequência cardíaca entre 90 e 110 bpm.

Esse batimento é rudimentar, mas marca o início da circulação sanguínea embrionária.

  • Pode ser detectado via ultrassom transvaginal, embora nem sempre visível nesta semana.
  • A estrutura cardíaca ainda é simples, mas começa a se organizar em quatro câmaras.

Desenvolvimento dos órgãos e sistemas

  • Somitos continuam a se formar, dando origem à coluna vertebral, costelas, músculos e parte da pele.
  • Intestinos primitivos e brotos pulmonares começam a surgir.
  • Olhos e ouvidos internos são identificados como pequenas depressões laterais na cabeça do embrião.

Desenvolvimento dos membros

  • Surgem os primeiros brotos dos membros superiores e inferiores, que mais tarde darão origem aos braços e pernas.
  • Nesta fase, essas estruturas se assemelham a pequenas saliências nas laterais do corpo.

Saco vitelino

  • Ainda é o principal responsável por fornecer nutrientes e oxigênio ao embrião.
  • Participa da formação das primeiras células sanguíneas.
  • Já pode ser visto no ultrassom como uma pequena estrutura circular próxima ao embrião.

Saco amniótico

  • Envolve completamente o embrião e contém o líquido amniótico, que o protege contra traumas e regula sua temperatura.
  • Proporciona liberdade de movimento e crescimento simétrico.

Saco gestacional

  • Visível no ultrassom como uma estrutura clara e arredondada dentro do útero.
  • Contém o embrião, o saco vitelino e o fluido amniótico.
  • Continua a se expandir conforme o embrião cresce.

Ultrassonografia fetal na 6ª semana de gravidez

  • Saco gestacional e saco vitelino devem estar visíveis com clareza (leia: Ultrassom na gravidez).
  • Embrião pode ser visualizado em muitos casos, geralmente como uma estrutura alongada dentro do saco.
  • Batimentos cardíacos embrionários podem ser identificados com equipamentos adequados, embora não seja obrigatório vê-los nesta semana.
Ultrassom com 6 semanas de gestação
Ultrassom com 6 semanas de gravidez

Níveis hormonais

  • O hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana) continua aumentando, mantendo o endométrio estável e sustentando a gestação.
  • Os níveis de progesterona e estrogênio também sobem, preparando o útero para acomodar o crescimento fetal e auxiliando na manutenção da gravidez.

Para mais informações sobre o beta hCG: O que é o exame beta hCG (teste de gravidez quantitativo)?

Preciso fazer exames na 6ª semana de gravidez?

Da 5ª a 7ª semana de gestação é o momento adequado e recomendado para iniciar o acompanhamento pré-natal e realizar os exames laboratoriais iniciais, desde que a gravidez já esteja confirmada (geralmente por teste de beta-hCG ou ultrassonografia transvaginal).

Os exames indicados nessa fase são:

Para mais informações sobre o pré-natal, leia: Pré-natal: exames laboratoriais na gravidez.

Sintomas da gravidez na 6ª semana de gestação

A sexta semana costuma marcar uma intensificação dos sintomas. Mesmo as mulheres que passaram pelas semanas anteriores sem queixas podem começar a perceber alterações evidentes agora.

Sintomas comuns

  • Náuseas e vômitos: sintomas muito frequentes nesta fase. Algumas mulheres têm episódios mais intensos ao acordar, mas os enjoos podem ocorrer a qualquer hora do dia (leitura sugerida: Enjoos e vômitos na gravidez).
  • Aversões alimentares e desejos específicos: alterações no paladar tornam alguns alimentos repulsivos e outros extremamente desejáveis.
  • Fadiga intensa: o aumento das demandas metabólicas pode gerar uma sensação constante de cansaço (leitura sugerida: Cansaço e excesso de sono na gravidez).
  • Seios doloridos e inchados: os hormônios da gravidez continuam a preparar as mamas para a lactação, causando aumento de volume, sensibilidade e escurecimento das aréolas.
  • Micção frequente: o aumento do volume de sangue e o crescimento uterino exercem pressão sobre a bexiga.
  • Alterações emocionais: oscilação de humor, irritabilidade, choro fácil e ansiedade são comuns nesta fase.

Alterações físicas no corpo da mãe na 6ª semana

  • Inchaço abdominal: embora o útero ainda seja pequeno, é comum a sensação de barriga levemente estufada, muitas vezes por retenção de gases e digestão lenta.
  • Aumento do volume sanguíneo: o corpo começa a produzir mais sangue para suprir o feto, o que pode causar aumento da frequência cardíaca, calor corporal e sensação de pulsação mais forte.
  • Roupas mais apertadas: algumas mulheres notam que calças e cintos já não servem tão confortavelmente quanto antes, mesmo sem ganho de peso evidente.

Para uma visão completa dos principais sintomas de gravidez nas primeiras semanas de gestação, leia: 25 primeiros sintomas de gravidez.

Quando procurar orientação médica

É fundamental procurar o obstetra se existir:

  • Sangramento vaginal com dor abdominal, que pode indicar risco de complicações.
  • Febre persistente ou mal-estar intenso.
  • Histórico prévio de gravidez ectópica, aborto espontâneo ou outras complicações gestacionais.

Perguntas frequentes sobre a 6ª semana de gestação

  1. 6 semanas de gravidez são quantos meses?

    Com 6 semanas de gravidez, você está no segundo mês de gestação.

  2. É normal não ver o batimento cardíaco na sexta semana de gravidez?

    Sim. Em alguns casos, mesmo com 6 semanas, o batimento ainda não é visível. Isso pode depender do equipamento ou de pequenas variações na idade gestacional real.

  3. Posso fazer esforço físico ou exercícios na 6ª semana de gravidez?

    Se a gestação estiver evoluindo normalmente e você não tiver contraindicações médicas, atividades físicas leves e moderadas são seguras e até recomendadas — como caminhadas, alongamentos ou ioga para gestantes. No entanto, exercícios de alto impacto ou com cargas excessivas devem ser evitados até avaliação médica.

    Se você já faz atividade física regular, mantê-las na mesma intensidade à qual está acostumada não costuma ser um problema.

    Em caso de dúvidas, aguarde a primeira consulta do pré-natal para receber orientações personalizadas.

  4. É normal sentir mais cansaço do que o habitual?

    Sim. A fadiga é um sintoma comum nas primeiras semanas, resultado das mudanças hormonais e da adaptação do organismo à gestação.

  5. É possível confirmar a gravidez apenas pelo ultrassom nesta fase?

    Sim. Com 6 semanas, o saco gestacional, o saco vitelino e, muitas vezes, o embrião com batimento cardíaco já são visíveis no ultrassom transvaginal. Mesmo que o exame de sangue (beta-hCG) seja o método mais precoce para detectar a gravidez, o ultrassom pode confirmar a localização intrauterina da gestação e verificar se o desenvolvimento está adequado.

  6. Já posso sentir dor abdominal com 6 semanas de gravidez?

    Sim, dores leves e cólicas abdominais podem ocorrer e são geralmente normais. Estão relacionadas ao crescimento do útero, aumento do fluxo sanguíneo pélvico e alterações hormonais. No entanto, se a dor for intensa, unilateral ou vier acompanhada de sangramento, é essencial procurar avaliação médica para excluir condições como gravidez ectópica ou ameaça de aborto.

  7. Qual é o risco de aborto espontâneo com 6 semanas de gestação?

    Com 6 semanas de gestação, o risco de aborto espontâneo é algo em torno de 15%, mas já começa a diminuir em relação às primeiras semanas, especialmente se houver batimentos cardíacos fetais confirmados por ultrassonografia.

    O risco médio de aborto espontâneo conforme o tempo de gravidez é:
    — 4 a 5 semanas: 20 a 30%.
    — 6 a 7 semanas: 10 a 15%.
    — 8 a 9 semanas: 5 a 10%.
    — 10 a 11 semanas: 1 a 3%.
    — 12 semanas em diante: < 1%.


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Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.


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