Visão geral da décima sétima semana de gestação
A 17ª semana marca a transição da primeira para a segunda metade do quarto mês de gestação. Nesta fase, o feto cresce rapidamente em comprimento e peso, e suas funções fisiológicas tornam-se mais complexas. A barriga já está evidente e algumas gestantes começam a perceber os primeiros movimentos fetais, especialmente aquelas que já passaram por outras gestações.
A maioria das mulheres sente-se mais energizada, com menos náuseas e desconfortos. Por outro lado, o aumento do fluxo sanguíneo pode causar calor excessivo e veias mais visíveis.
- Tempo em meses: 17 semanas equivalem à 1ª semana do 5º mês de gestação.
- Trimestre de gestação: segundo.
- Tamanho do feto: ~13 cm (como uma beterraba).
- Peso: cerca de 140 a 150 gramas.
- Desenvolvimento fetal: sistema esquelético em consolidação, acúmulo de gordura, coordenação motora mais refinada.
- Sintomas mais comuns: veias visíveis, calor, dores ligamentares, aumento de apetite.
- Visibilidade no ultrassom: anatomia cada vez mais clara, com boa chance de identificar o sexo fetal.
Desenvolvimento do bebê na 17ª semana
Tamanho e estrutura corporal
O feto mede cerca de 13 cm da cabeça ao bumbum e pesa em torno de 140 a 150 gramas. O corpo está mais proporcional e começa a acumular gordura subcutânea — importante para regulação térmica e reservas energéticas.
- A pele ainda é fina e translúcida, mas a lanugem continua cobrindo todo o corpo.
- O esqueleto segue o processo de ossificação, com formação intensa nos ossos longos.
- As articulações estão mais desenvolvidas, o que permite movimentos mais amplos.

Sistema nervoso central
- O cérebro segue crescendo e aprimorando as conexões neurais.
- Os movimentos fetais são mais coordenados, e o bebê já responde a estímulos externos com leves reações motoras.
- Músculos da face permitem caretas, bocejos e movimentos de sucção.
Desenvolvimento dos órgãos
- Pulmões: continuam a formar estruturas internas como os bronquíolos terminais. Embora ainda não realizem trocas gasosas, o feto já “pratica” respirações com o líquido amniótico.
- Coração: o ritmo cardíaco permanece entre 120 e 160 bpm. O coração está mais forte e eficiente, garantindo boa oxigenação para os tecidos fetais em crescimento.
- Sistema urinário: os rins seguem filtrando o sangue fetal e eliminando urina no líquido amniótico. A bexiga enche e esvazia com regularidade.
- Sistema digestivo: o intestino aprimora os movimentos peristálticos e se posiciona definitivamente dentro da cavidade abdominal. O fígado e o pâncreas seguem amadurecendo suas funções metabólicas.
- Sistema endócrino: a tireoide continua a produzir hormônios essenciais para o metabolismo fetal. A hipófise e as glândulas suprarrenais se desenvolvem, preparando-se para participar da regulação hormonal autônoma.
- Ouvidos: já estão bem posicionados nas laterais da cabeça e o feto continua a perceber sons abafados, como batimentos cardíacos maternos e fluxo sanguíneo uterino.
- Olhos: permanecem fechados, mas já apresentam movimentos sob as pálpebras e mostram sensibilidade à luz intensa que atravessa o útero.
Desenvolvimento dos membros
Os membros do feto continuam a se alongar e ganham tônus muscular. Os braços e pernas já estão bem proporcionais em relação ao tronco, e os movimentos se tornam mais vigorosos e coordenados.
- As articulações — como cotovelos, joelhos e tornozelos — funcionam com maior amplitude, permitindo que o bebê se estique, leve as mãos ao rosto e dobre as pernas com facilidade.
- Os dedos das mãos e dos pés estão completamente formados, e as unhas continuam a crescer.
- Os músculos estão mais fortes e reagem aos estímulos nervosos, o que torna os chutes, socos e giros mais frequentes.
- O bebê ainda está pequeno, mas seu espaço no útero é suficiente para se mover livremente — embora a mãe, principalmente se for a primeira gravidez, possa ainda não perceber esses movimentos (leitura sugerida: Movimentos fetais: quando sentirei o bebê chutando?).
Genitália externa
A genitália já está totalmente formada, e a visualização do sexo do bebê via ultrassonografia se torna mais confiável — dependendo da posição fetal e qualidade do exame.
Estruturas de suporte ao feto
- Placenta: segue plenamente funcional, garantindo a oxigenação, nutrição e eliminação de resíduos fetais. A produção hormonal — principalmente de progesterona e estrogênio — continua vital para manter a gestação.
- Líquido amniótico: envolve o bebê por completo, protegendo contra impactos e permitindo movimentos livres, fundamentais para o desenvolvimento muscular e articular.
- Cordão umbilical: com duas artérias e uma veia, sustenta a troca contínua de nutrientes, gases e resíduos entre o feto e a placenta.
Ultrassonografia fetal na 17ª semana de gravidez
Nesta fase, o exame de imagem mostra um feto mais ativo e com anatomia cada vez mais detalhada. O ultrassom pode oferecer:
- Avaliação do crescimento fetal.
- Verificação de ossos longos e membros.
- Observação dos movimentos espontâneos.
- Possível identificação do sexo fetal.
- Análise da localização placentária e do volume de líquido amniótico.
Como saber o sexo do bebê pelo ultrassom de 17 semanas?
Entre as 16 e 18 semanas de gestação, o exame de ultrassonografia obstétrica tem papel fundamental na avaliação do desenvolvimento fetal — e, com frequência, permite a identificação do sexo do bebê.
A diferenciação entre menino e menina é feita pela análise da genitália externa, que já está bem desenvolvida a partir da 17ª semana, mas cuja visualização depende de fatores como:
- Posição fetal durante o exame.
- Quantidade de líquido amniótico.
- Experiência do profissional.
- Qualidade do equipamento de ultrassom.

Feto do sexo masculino (menino)
No ultrassom, o que se procura identificar são duas estruturas principais:
- Pênis (visível como uma pequena saliência entre as pernas).
- Escroto, que pode aparecer como uma formação arredondada na base do pênis.
A visualização clara dessas estruturas é bastante confiável a partir da 16ª semana. Contudo, em alguns casos, o cordão umbilical pode ficar entre as pernas e simular um pênis, o que aumenta o risco de erro se a posição fetal não for adequada.
Feto do sexo feminino (menina)
Para identificar o sexo feminino, o ultrassonografista busca a clássica imagem em “três linhas” ou “hambúrguer”, que corresponde à visualização dos:
- Grandes lábios.
- Pequenos lábios.
- Clitóris entre eles.
Essa imagem aparece como três linhas brancas paralelas, e quando bem visualizada, oferece excelente precisão diagnóstica.
Limitações e recomendações
- Mesmo entre 16 e 18 semanas, nem sempre é possível confirmar o sexo com certeza, especialmente se o bebê estiver com as pernas cruzadas ou se houver pouca nitidez da imagem.
- Em caso de dúvida, o exame pode ser repetido posteriormente.
- Em gestações múltiplas, a identificação do sexo pode ser mais difícil.
Leitura sugerida: Menino ou menina? Como saber o sexo do bebê?
Preciso fazer exames na 17ª semana de gravidez?
Se os exames de rotina do primeiro trimestre já foram realizados, não há obrigatoriedade de novos exames nesta semana. No entanto, o obstetra pode indicar:
- Ultrassonografia obstétrica simples, se ainda não foi feita no segundo trimestre.
- Exames genéticos não invasivos (como NIPT), se houver indicação médica.
- Exames laboratoriais específicos, conforme sintomas ou histórico familiar.
Sintomas da gravidez na 17ª semana
Com o avanço da gravidez, o corpo continua a se adaptar rapidamente. A estabilização hormonal proporciona mais bem-estar para muitas gestantes, mas o crescimento uterino e o aumento do volume sanguíneo geram novos sintomas típicos do segundo trimestre.
Sintomas comuns na 17ª semana:
- Calor e sudorese aumentada: causados pelo aumento do metabolismo e do volume sanguíneo materno.
- Congestão nasal e sangramentos leves: decorrentes da maior vascularização das mucosas (rinite gestacional).
- Aumento do apetite: a demanda calórica cresce e a redução dos enjoos facilita a alimentação.
- Ganho de peso mais perceptível: o corpo acumula gordura e fluidos em ritmo constante.
- Dores ligamentares ou lombares: devido ao estiramento dos ligamentos do útero e mudanças posturais.
- Sensação de “borboletas” no abdômen: primeiros movimentos fetais em multíparas, embora discretos.
- Prisão de ventre: comum pela ação relaxante da progesterona sobre o intestino.
- Mudanças na pele: como escurecimento de áreas (linha nigra, aréolas) e surgimento de manchas (melasma).
- Veias mais visíveis nos seios, abdômen e pernas: resultado da dilatação vascular e do aumento do débito cardíaco.
- Humor estável, mas com variações emocionais leves: devido às oscilações hormonais e à adaptação ao novo corpo.
Alterações físicas no corpo da mãe na 17ª semana
- Altura uterina: o fundo do útero pode estar cerca de 4 a 5 cm abaixo do umbigo.
- Peso corporal: o ganho de peso se torna mais visível (leia: Qual é o ganho de peso ideal na gravidez?).
- Seios: continuam a crescer e se preparar para a lactação.
- Postura: pode começar a mudar com o deslocamento do centro de gravidade.
- Volume sanguíneo: aumento contínuo, podendo causar leves edemas em pernas e pés.
Para uma visão completa dos principais sintomas de gravidez nas primeiras semanas de gestação, leia: 25 primeiros sintomas de gravidez.
Quando procurar orientação médica
Mesmo em uma fase estável, busque o obstetra se notar:
- Sangramento vaginal, mesmo que discreto (leia: Causas de sangramento no início da gravidez).
- Corrimento com odor forte ou cor alterada (leia: Corrimento na gravidez: causas, sintomas e tratamento).
- Dor abdominal intensa ou persistente (leia: Principais causas de dor abdominal na gravidez).
- Febre, calafrios ou mal-estar geral.
- Visão turva ou dores de cabeça intensas.
- Tontura frequente ou desmaios.
- Redução importante do apetite ou perda de peso.
17ª semana de gravidez: Dicas práticas
Com o útero em crescimento e o bebê cada vez mais ativo, é importante adaptar alguns hábitos e intensificar os cuidados com o corpo. Nesta fase, pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer grande diferença no conforto da gestante e no desenvolvimento saudável do bebê.
Dicas práticas para a 17ª semana de gestação:
- Mantenha a hidratação em dia: o aumento do volume sanguíneo exige maior ingestão de líquidos. Beba pelo menos 2 litros de água por dia.
- Priorize alimentos ricos em ferro e vitamina C: feijão, lentilha, carnes magras e vegetais escuros ajudam a prevenir anemia. Combine-os com frutas cítricas para melhorar a absorção (leia: Dieta na gravidez: o que a grávida não deve comer (e o que pode)).
- Fracione as refeições: comer em intervalos regulares pode ajudar a controlar a fome e prevenir azia e refluxo.
- Cuide da postura: o crescimento do útero pode afetar o equilíbrio corporal. Alongamentos suaves e ajustes ergonômicos no trabalho ou em casa ajudam a reduzir dores lombares.
- Use roupas e sutiãs confortáveis: prefira peças que acompanhem o crescimento do corpo, com tecidos respiráveis e sem compressão.
- Hidrate a pele diariamente: cremes com óleo de amêndoas, rosa mosqueta ou manteiga de karité podem aliviar o ressecamento. Embora não haja evidência científica robusta de que previnam estrias, ajudam a manter a pele mais elástica e confortável (leitura sugerida: Estrias na gravidez: tratamento e prevenção).
- Faça atividade física leve (com liberação médica): caminhadas, pilates ou yoga para gestantes são excelentes opções para melhorar a circulação e o bem-estar.
- Evite longos períodos em pé ou sentada: para prevenir inchaço nas pernas e melhorar a circulação, faça pausas regulares e eleve as pernas sempre que possível.
Perguntas frequentes sobre a 17ª semana de gestação
17 semanas de gravidez são quantos meses?
17 semanas de gravidez correspondem ao início do 5º mês de gestação.
Já posso sentir o bebê mexer com 17 semanas?
Sim, especialmente se esta não for sua primeira gestação. As mulheres multíparas podem perceber os movimentos antes das primíparas.
Em que parte da barriga sinto o bebê mexer na 17ª semana?
Nos estágios iniciais em que os movimentos fetais começam a ser percebidos — entre as 16 e 22 semanas — é comum senti-los na parte inferior da barriga, geralmente entre o osso púbico e o umbigo.
Essa é a região onde o útero está localizado nessa fase da gestação, e onde o bebê tem mais espaço para se movimentar. Os primeiros movimentos costumam ser sutis, descritos como:
— Borboletas batendo asas.
— Pequenas vibrações.
— Ondas suaves.
— Sensação de gás ou bolhas.
Nota: a localização pode variar de acordo com o posicionamento fetal e o tipo de placenta. Uma placenta anterior (na frente do útero) pode amortecer os movimentos e retardar sua percepção. Com o avanço da gravidez, os movimentos se tornam mais fortes e são sentidos em diferentes regiões do abdômen, conforme o bebê muda de posição.Tenho 17 semanas de gravidez e não sinto o bebê mexer. Isso é normal?
Sim, é normal. A maioria das gestantes ainda não sente os movimentos fetais com 17 semanas, especialmente se for a primeira gravidez (primípara).
O momento em que a gestante começa a perceber os primeiros movimentos fetais varia bastante e depende de fatores como:
– Número de gestações anteriores: mulheres que já tiveram filhos costumam sentir mais cedo (às vezes por volta da 16ª semana), pois já conhecem a sensação.
– Posição da placenta: se a placenta estiver anterior (na frente do útero), pode amortecer os movimentos.
– Biotipo materno: mulheres com maior espessura abdominal podem demorar um pouco mais para perceber os movimentos.
– Sensibilidade individual: algumas gestantes só reconhecem os primeiros chutes por volta da 20ª semana.É possível saber o sexo do bebê com 17 semanas?
Sim, a genitália externa está bem formada e, com boa visualização no ultrassom, o sexo pode ser identificado com alta taxa de acerto.
A barriga já está bem evidente na 17ª semana de gravidez?
Em geral, sim. A barriga costuma estar bem visível, especialmente em mulheres com baixo IMC ou com histórico de gestações anteriores.
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Em breve
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.