Escala de Apgar: o que é e para que serve

A escala de Apgar é uma avaliação rápida da saúde do recém-nascido, feita no 1º e 5º minuto após o parto. Avalia cinco critérios: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, reflexos e cor da pele.
Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro

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Escala de Apgar

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O que é escala de Apgar?

A escala de Apgar, ou índice de Apgar, é um método utilizado para rapidamente avaliar a saúde de recém-nascidos imediatamente após o parto.

Desenvolvida pela anestesista norte-americana Virginia Apgar em 1952, esta escala ajuda a determinar quão bem o bebê se adaptou ao ambiente fora do útero, logo após nascer. O teste é usualmente realizado em dois momentos: um minuto e cinco minutos após o nascimento (pode ser feita uma terceira avaliação aos 10 minutos, se a pontuação aos 5 minutos tiver sido menor que 7).

Como calcular a escala de Apgar?

A escala de Apgar avalia cinco critérios específicos. Cada um desses critérios recebe uma pontuação de 0 a 2, resultando em uma pontuação total que varia de 0 a 10. São eles:

1. Respiração:

  • Não respira: 0 ponto.
  • Respira lentamente, de forma irregular e fraca: 1 ponto.
  • Respiração normal, choro forte: 2 pontos.

2. Frequência cardíaca:

  • Não há batimento cardíaco: 0 ponto.
  • Menos de 100 batimentos por minuto: 1 ponto.
  • Mais de 100 batimentos por minuto: 2 pontos.

3. Resposta a estímulos:

  • Não responde a estímulos: 0 ponto.
  • Faz caretas em resposta aos estímulos: 1 ponto.
  • Chora, espirra ou tosse em resposta a estímulos: 2 pontos.

4. Tônus muscular:

  • Músculos flácidos, sem atividade: 0 ponto.
  • Há alguma tensão muscular, alguns movimentos das extremidades (braços e pernas) e flexão dos músculos: 1 ponto.
  • O bebê está ativo, braços e pernas flexionados, que resistem à extensão: 2 pontos.

5. Cor da pele:

  • O bebê está pálido ou cianótico (pele azulada ou arroxeada): 0 ponto.
  • O bebê está rosado, mas com acrocianose (azulado ou arroxeado nas mãos e pés): 1 ponto.
  • O bebê está completamente rosado: 2 pontos.

Como interpretar a escala de Apgar

A interpretação dos resultados da escala de Apgar é a seguinte:

  • 0 a 3 pontos: indica condição grave, necessitando de intervenção médica imediata.
  • 4 a 6 pontos: pontuação baixa, sinaliza um problema que requer investigação e possivelmente intervenção médica.
  • 7 a 10 pontos: considerado normal, indicando que o bebê está em boas condições físicas após o nascimento.

Aproximadamente 90% dos recém-nascidos têm escores de Apgar de 7 a 10 em cinco minutos e, em geral, não precisam de nenhuma intervenção adicional. Os recém-nascidos com escala de Apgar nessa faixa têm respiração ou choro espontâneos, bom tônus muscular e boa coloração. Eles podem ser admitidos no berçário de recém-nascidos para cuidados de rotina (desde que tenham pelo menos 35 semanas de gestação).

Uma pontuação entre 4 e 6 pode indicar a necessidade de intervenções, como oxigênio suplementar ou estímulos para ajudar a respirar melhor. Já uma pontuação de 3 ou menos sugere uma situação crítica, que demanda atenção médica imediata e medidas de ressuscitação para estabilizar o recém-nascido.

Embora uma baixa pontuação de Apgar aos 1 minuto possa indicar que o bebê está enfrentando dificuldades, a melhora da pontuação aos 5 minutos é um bom sinal e geralmente está associada a um prognóstico favorável. No entanto, uma pontuação baixa persistente aos 5 minutos pode ser um indicativo de maior risco de complicações neurológicas e outras condições, como paralisia cerebral.

Apesar de sua utilidade na sala de parto, a Escala de Apgar não é destinada a prever problemas de saúde a longo prazo, comportamentais ou intelectuais. Em vez disso, ela serve como uma avaliação inicial para ajudar os profissionais de saúde a decidirem se um recém-nascido precisa de assistência médica adicional.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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