Tipos de dieta que ajudam a emagrecer

Autor(a): Dr. Pedro Pinheiro

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos.

Introdução

Para indivíduos obesos, perder peso não é só uma questão de estética, mas sim uma necessidade do ponto de vista de saúde. A redução da gordura corporal é importante para reduzir o risco de diabetes tipo 2, bem como controlar os níveis de colesterol e da pressão arterial.

Não é necessária a normalização do peso para se atingir estes objetivos. É importante conscientizar o paciente obeso que mesmo perdas pequenas, como 5% do peso corporal, já trazem grandes benefícios em termos de saúde.

O tratamento da obesidade requer uma combinação de três fatores: dieta, exercícios físicos e mudanças nos hábitos de vida. Eventualmente, faz-se necessário o uso de remédios para perder peso. Nos casos mais graves, cirurgia bariátrica pode ser indicada.

Neste texto vamos fazer um resumo sobre o papel da alimentação e as opções de dietas para emagrecer.

Como explicado em outros artigos desta série sobre perder peso, emagrecer ou engordar pode ser previsto por uma simples conta aritmética: calorias gastas – calorias ingeridas. Se o balanço de calorias for positivo, ou seja, se ingerimos mais calorias do que gastamos, iremos engordar. Se o balanço for negativo, isto é, se gastarmos mais calorias do que consumimos, iremos emagrecer. Simples assim.

O gasto de calorias depende do nosso grau de atividade física. Já o consumo de calorias depende do tipo de dieta. Portanto, o papel da dieta no emagrecimento deve ser o de fornecer a melhor qualidade de alimentos com a menor quantidade de calorias, de modo que, no final do dia, o paciente tenha gastado mais calorias do que consumiu.

Dietas para emagrecer

Você pode se sentir tentado por dietas da moda que prometem emagrecimento rápido e fácil. A realidade, porém, é que não existem alimentos mágicos ou dietas rápidas. Dietas da moda podem ajudar no curto prazo, mas os resultados a longo prazo não são satisfatórios, fazendo com que você apresente o famoso efeito sanfona.

Uma dieta para ser eficaz deve fornecer menos calorias diárias do que o paciente gasta, mantendo-se, entretanto, um limite de no mínimo 800 calorias por dia. Você pode até perder peso em uma dieta radical, mas é provável que vá recuperá-lo quando a dieta for suspensa. Para perder peso, e mantê-lo, você tem que adotar hábitos alimentares saudáveis​​, que consiga manter ao longo do tempo.

É muito difícil perder peso a longo prazo apenas com dieta. Conforme emagrecemos, menos calorias o nosso corpo precisa gastar ao longo do dia. Se o paciente não aumentar seu gasto de calorias com exercícios, a dieta sozinha não vai levá-lo a muito longe.

Vamos falar a seguir de alguns tipos de dieta recomendadas pelos médicos.

Dieta com poucas calorias

Quando se planeja uma dieta para emagrecer é preciso primeiro estabelecer a quantidade de calorias desejadas para depois selecionar uma gama de alimentos que atendam essa proposta. É importante cortar nas calorias, porém é essencial comer alimentos com nutrientes adequados, como proteínas, carboidratos e gorduras (sim, há gorduras boas.).

Pensando em cortar calorias sem cortar a qualidade da refeição, dietas para redução de peso devem eliminar o álcool, refrigerantes e doces, porque estes são hipercalóricos e não contêm quantidades adequadas de outros nutrientes.

Alguns alimentos, como sobremesas, doces, gorduras e alimentos processados, apresentam uma alta densidade energética. Isto significa que um pequeno volume de comida contém um grande número de calorias. Em contraste, outros alimentos, como frutas e vegetais, possuem baixa densidade energética. Estes alimentos mesmo em porções maiores apresentam um menor número de calorias. Isso significa que é possível comer porções maiores, saciar a fome e ainda assim ingerir poucas calorias.

O consumo diário de calorias indicado nestas dietas é de 1000 a 1200 para mulheres e 1200 a 1600 para homens. Para se planejar uma dieta com baixa caloria é preciso a ajuda de um nutricionista e/ou endocrinologista.

A maioria das pessoas não sabe e não consegue controlar o consumo de calorias sem ajuda. Trabalhos com paciente obesos mostram que os mesmos sempre subestimam em mais de 20% a quantidade de calorias que comem ao longo dia. Não é incomum encontrar pessoas obesas que juram comer muito pouco. Entretanto, sempre que um nutricionista consegue fazer um relatório sobre a dieta destes paciente, fica claro que há diversos erros na alimentação e um consumo exagerado de calorias.

Dietas com pouca gordura

Dieta com pouca gordura é outra estratégia comum para ajudar os pacientes a perder peso. Atualmente é recomendada uma redução na ingestão diária de gordura, de modo a que no máximo 30% das calorias tenham origem em gorduras. Isso significa aproximadamente 30g de gorduras em cada 1000 calorias ingeridas. Mais uma vez, a ajuda profissional é necessária para um cálculo correto das porções.

É importante lembrar que existem gorduras mais saudáveis, como as gorduras poli e monoinsaturadas. Deve-se sempre evitar gorduras não saudáveis, como as gorduras saturadas e a gordura trans.

Dietas com pouco carboidrato

O tipo de carboidrato consumido influencia muito na perda de peso. Há carboidratos menos saudáveis, ricos em gordura e calorias, como os doces, sobremesas e refrigerantes. Já os carboidratos das frutas, vegetais e grãos são saudáveis pois contém pouca concentração de gorduras e calorias. Estes últimos são considerados carboidratos com baixo índice glicêmico.

Dietas com baixa e muito baixa concentração de carboidratos são mais eficazes a curto prazo para perda de peso do que dietas com baixo teor de gordura, embora a longo prazo não haja grande diferença.

Uma observação importante é que a redução drástica na ingestão de carboidratos diminui a retenção de líquidos, fazendo com que o paciente perca peso sem necessariamente ter emagrecido nos primeiros dias.

Dietas pobres em carboidratos podem ter outros efeitos benéficos, como redução do risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardíacas.

Se uma dieta pobre em carboidratos é a opção, escolhas saudáveis ​​para a gordura (mono e polinsaturadas) e proteína (peixe, nozes, legumes e frango) devem ser incentivadas por causa da associação entre a ingestão de gordura saturada e risco de doença cardiovascular.

Dieta com alto teor de proteínas

Alguns dietas populares recomendam uma elevada ingestão de proteínas associado a baixa ingestão de carboidratos e gorduras. A curto prazo esse tipo de dieta é eficaz para a perda de peso. A dieta de proteínas mais famosa no momento é a chamada dieta Dukan (leia: PERIGOS DA DIETA DUKAN).

O alto consumo de proteínas na dieta aumenta a produção de ácidos pelo organismo, o que por sua vez aumenta a excreção urinária de cálcio, com potencial risco de perda óssea e formação de cálculos de cálcio.Essa dieta também traz um risco de aumento do colesterol (leia: COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERÍDEOS).

Conclusões

Cerca de 39% das mulheres e 21% dos homens nos países ocidentais já tentou perder peso e aproximadamente 24% das mulheres e 8% dos homens relatam que atualmente estão “em dieta”.

Dietas hipocalóricas são atualmente a mais usadas para induzir a perda de peso.

Independente do tipo de dieta escolhido, o paciente deve ter em mente que é preciso mudar os hábitos alimentares. Ninguém consegue se manter “em dieta para emagrecer” por muito tempo. Por isso, é preciso que uma alimentação saudável se torne a dieta natural do paciente. Alimentos com alta densidade calórica, carboidratos com alto teor glicêmico e gorduras trans e saturadas devem ser eliminados da dieta habitual do paciente.

O mais importante é aprender a ter uma dieta balanceada, sem excessos de calorias, e praticar exercícios físicos.


Autor(es)

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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